Thursday, July 30, 2020

Enxoval: fique de olho nos tecidos de tudo o que for comprar para o bebê

Mulher grávida organizando casa e enxoval (Foto: Shutterstock)

 

Montar o enxoval do bebê, ainda mais quando se é mãe e pai de primeira viagem, pode ser uma tarefa bastante complexa. Afinal, quais itens são realmente necessários e qual é a quantidade ideal de cada tipo de peça? E além desses detalhes, os pais também devem estar atentos à qualidade dos produtos. "O bebê estava dentro do útero, com água, protegido e, depois que ele nasce, esses primeiros contatos físicos são sensíveis. A pele dele fica marcada por qualquer coisa", afirma a enfermeira obstetra Cinthia Calsinski, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). "Sempre queremos uma saída de maternidade especial, bonita, mas sempre falo que isso é apenas para a foto. Depois, o bom mesmo é colocar uma roupinha confortável. O choro é um meio de comunicação do bebê. Ele chora para sinalizar algo, e isso pode acontecer por vários motivos que vão além da fralda suja, da fome ou da cólica. Já peguei vários casos em que a criança só parou de chorar quando a mãe trocou a roupa toda", lembra. 

ENTENDA OS RISCOS

De acordo com a pediatra Thais Bustamante, o recém-nascido — que compreende a criança do nascimento até 28 dias de vida —, tem a pele muito sensível e mais delicada do que os outros bebês. "A pele da criança só será mais próxima a de um adulto por volta dos 3 ou 4 anos de idade. Até lá, todas elas têm a pele mais sensível, principalmente os recém-nascidos. Esses também têm mais dificuldade para regular a temperatura corporal e, com isso, têm mais chances de se desidratar", alerta.

A médica explica que determinados tecidos podem abafar e impedir a dissipação de calor que a criança produz, retendo umidade. "Com isso, o suor não evapora e cria um abafamento que pode levar à coceiras e dermatites. A criança fica com aquelas 'pipoquinhas', uma espécie de pequenas bolhas na pele (vermelhas ou claras) e um suor de forma exacerbada. No bebê pequeno, elas geralmente não coçam muito, mas ele sente um desconforto", diz. Nesse caso, o indicado é sempre buscar a orientação do pediatra. "Se você acha que mudou o padrão da pele, sempre converse com o pediatra. Somente examinando a lesão, ele poderá dizer se pode estar ou não relacionado com a roupa. Às vezes, pode ser uma gola, um zíper, simplesmente o excesso de roupa ou até uma dermatite seborreica, que é comum nesta fase", orienta.

"É importante salientar também que, nos primeiros meses, os banhos devem ser sempre com água morna e não muito demorados. Use pouco sabonete. Quanto mais espuma, mais você tira a gordura, que é o que protege a pele do bebê. Quanto à quantidade de roupas, nos primeiros três meses, eles precisam de uma peça a mais do que você está usando", diz.

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TECIDOS MAIS INDICADOS

Segundo a empresária Lory Buffara, idealizadora da Mommy’s Concierge Consultoria em Enxoval de Bebê — que atende no Brasil e nos Estados Unidos —, tem crescido muito a procura por tecidos naturais — produzidos somente de um material — como 100% algodão, lã merino e fibra de bambu. "Recentemente, lançamos um enxoval com produtos 100% naturais. Além de a qualidade ser muito boa, tem a questão do meio ambiente e não há o risco de causar alergias. Sempre indicamos esses produtos para crianças de até 6 meses. Eles costumam ser mais caros, mas a dica é ter poucas e boas peças. Compre menos produtos, mas de boa qualidade. Por exemplo, em vez de dez mantinhas, tenha 3 realmente boas, que você possa lavar e durar mais", diz. 

Outra questão diz respeito às etiquetas. "Hoje, diversas fábricas estão trabalhando com etiquetas impressas diretamente nas roupas, assim, não tem perigo de machucar. Se, por exemplo, você escolher peças com apliques ou bordados, use um body liso de algodão por baixo. Se for de tecido 100% algodão ou pima, melhor ainda", orienta. 

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A pediatra Thais também recomenda alguns tecidos de fibras naturais. "Além do algodão, tem o linho, a seda... São tecidos respiráveis. Mas fique sempre de olho nas etiquetas, pois tem aquelas 'misturas' de 50% de algodão e o restante de outro produto. O plush também é uma alternativa, pois tem menos chance de desencadear alergias. A lã pode ser usada, mas é preciso ter cuidado caso solte pelinhos. O bom é sempre lavar antes. Já o soft, que os pais gostam muito, abafa bastante e costuma causar alergia. Por isso, ele deve ser usado com outra peça de algodão por baixo e nunca em contato direto com a pele", afirma. "Mas, para mim, o mais indicado mesmo é o 100% algodão. É macio, dá mais liberdade para a criança se movimentar, diminui o abafamento e a irritação da pele", afirma.

"É importante também lavar as peças corretamente, sem amaciante. De preferência, apenas com sabão de coco. Às vezes, não é o tecido que causa o problema, mas o produto usado na lavagem", alerta a pedistra. Para Cinthia, enfermeira obstetra, as mantinhas precisam ter um toque gostoso. "Dá pra fazer um teste: apoie a sua mão no tecido por alguns minutinhos, se ela ficar marcada, não é um bom tecido para um recém-nascido", finaliza. 

 



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