Algo tem me apavorado. Algo que deve ser escrito em cores neon e ficar piscando para que a gente não esqueça. Hoje, temos bebês e crianças pequenas com atrasos assustadores de fala e de linguagem, em decorrência do uso de eletrônicos. Temos crianças com questões de aprendizado por causa do uso excessivo de eletrônicos.
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Isso é um fato comprovado nos consultórios de fonoaudiologia. Crianças pequenas que não pronunciam nada além de poucas palavras em inglês que são ditas pelo joguinho eletrônico preferido. Falam como robôs. Duvida? Pode acreditar!
Crianças que, antes mesmo de sair pela porta da escola, pedem, insistentemente, pelo celular da mãe. Tela para ir para a escola e para voltar para casa. Um pouco antes do almoço, outro pouco antes de dormir. De pouquinho em pouquinho, quanto se perde? Uma imensidão. Perde troca, habilidades que devem ser desenvolvidas. Perde frustração, conversa, afeto. Proximidade. Perde construção de vínculo. Perde vocabulário. Perde quem o pequeno realmente é. Já parou para pensar?
E eu sinto muito. Sinto, porque eu sei exatamente do que estou falando. E acreditem, chega a ser crime. Um bebê ou uma criança pequena que, em vez de brincar no parquinho, em casa, de escutar uma história, em vez de brincar com as panelas e os potinhos da mãe na cozinha, fica no tablet e está isolado socialmente no conforto de algo que gera estímulos sem precisar se comunicar. Se não tem comunicação, não tem “erro” nem “acerto”. Não tem experiência. Não tem avanço. A única coisa que pode gerar é atraso.
E o problema não é “só” em relação à linguagem. As telas não promovem orientação espacial e nem temporal, e os pequenos precisam. Além disso, na primeira infância, a criança não está apta a entender o que é virtual e o que é real. Assim, o uso afeta diretamente o desenvolvimento cognitivo e emocional, além do sono, que é fundamental para o desenvolvimento como um todo.
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Por isso, eu te peço: comunique-se com o seu filho. O tempo não volta, e um eventual atraso de lin- guagem tem consequências duras para a vida de uma criança. Não limite os horizontes do seu filho. Amplie-os. Dê a ele o que ele merece. Experiências reais. Possibilidades infinitas.
THAÍS VILARINHO É FONOAUDIÓLOGA E ESCRITORA. É MÃE DO MATHEUS, 11, E DO THOMÁS, 9. AUTORA DOS LIVROS MÃE FORA DA CAIXA, MÃE RECÉM-NASCIDA E DO INFANTIL DEIXA EU TE CONTAR...
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