Termina nesta sexta-feira (30) a Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite e o sarampo. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, nenhuma das metas foi atingida. O objetivo era imunizar 11,2 milhões de crianças e 90 milhões de adultos. Até ontem (29), quando foi divulgado o último boletim do governo, só 44% das crianças de 1 a 5 anos foram imunizadas contra a poliomielite. Entre a população de 20 a 49 anos, a cobertura não passou de 13% para a vacina contra o sarampo.
A única maneira de se proteger das duas doenças é por meio da vacinação. Por isso mesmo, a baixa adesão à campanha tem preocupado as autoridades. Se os números continuarem menores do que o esperado, corre o risco de novos surtos aparecerem. "Coberturas vacinais municipais heterogêneas podem levar a formação de bolsões de pessoas não vacinadas, possibilitando a reintrodução do poliovírus. Por isso, é imprescindível que pais ou responsáveis levem crianças menores de 5 anos aos postos de vacinação", disse o Ministério da Saúde, em nota oficial.
Poliomielite
Desde o último dia 5 de outubro, postos de saúde de todo o Brasil estão distribuindo gratuitamente doses da vacina contra a poliomielite. Popularmente conhecida como paralisia infantil, a doença afeta o sistema nervoso e pode levar à perda dos movimentos dos membros inferiores. A única forma de prevenção é a vacina.
Na campanha que termina hoje, a maior cobertura foi registrada entre crianças de dois anos de idade (45%), enquanto as de três foram as que menos receberam a dose da vacina (43%). O Amapá foi o estado que mais vacinou contra a poliomielite no país (76,4%). Rondônia teve a menor cobertura: menos de 20% do público-alvo da campanha foi imunizado.
Apenas 646 municípios (11,5%) atingiram a meta de proteger pelo menos 95% das crianças. Os que não chegaram a esse patamar poderão continuar oferecendo a vacina contra a poliomielite durante todo o ano. Para saber se a doses continuarão disponíveis, os pais devem consultar os postos de saúde da cidade.
Sarampo
Em 2019, o governo federal começou uma estratégia para interromper a circulação do vírus do sarampo no Brasil. Foi estruturada uma campanha de vacinação, dividida em etapas. Primeiro, foram imunizadas crianças de seis meses a 4 anos de idade. Depois, foi a vez da população entre 5 e 29 anos.
No último mês de março, a quarta etapa da campanha começou, com o objetivo de distribuir de doses para pessoas de 29 a 40 anos. A meta desta última fase era proteger 90 milhões de pessoas, mas, segundo dados preliminares divulgados pelo Ministério da Saúde, só 11 milhões foram até os postos de saúde. Isso significa que 87% do público-alvo não foi atingido.
Mais uma vez, o Amapá foi o estado que atingiu a maior cobertura, com 85% da população imunizada. O pior resultado foi do Rio Grande do Sul, que não cumpriu nem 1% da meta. Vale lembrar que a vacina contra o sarampo está disponível durante o ano inteiro, em postos de saúde de todo o país.
O sarampo também é uma doença viral que só pode ser evitada por meio da vacina. Ele havia sido considerado erradicado do Brasil em 2016. Porém, menos de dois anos depois, foram notificados surtos da doença nos estados de Roraima e Amazonas. A transmissão do vírus se dá por meio de tosse, espirros, fala ou respiração. Manchas avermelhadas na pele, tosse, coriza e dor no corpo costumam ser alguns dos sintomas.
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