Os irmãos gêmeos, muitas vezes, possuem uma sintonia muito forte entre si! Afinal, os bebês, na maioria dos casos, já convivem no útero da mãe. No entanto, com a carioca Paula Azeredo Leixas, 38 anos, a sua ligação com a sua irmã gêmea idêntica, Lívia Leixas, vai além. A analista processual do Ministério Público diz que, durante sua gravidez, foi a irmã que teve todos os sintomas, como azia, enjoos e até mesmo desconforto na barriga na hora do parto.
Acompanhada da irmã e do marido, Gelson Guedes Rodrigues, Paula deu à luz o pequeno Vítor, hoje com 7 meses, no dia 18 março. Em entrevista à CRESCER, ela conta como foi a sua gestação e como é a relação com a irmã, que é mãe de duas meninas: Maitê 7 anos e Helena 4 anos.
O relato de Paula também será exibido no programa Boas Vindas, do Canal GNT, parceiro da CRESCER. A nova temporada já está no ar e é exibida todas as sextas-feiras, às 23 horas.
Sempre quis ser mãe! Mas, pensei que isso não seria possível tão cedo, já que tinha descoberto que eu tinha pólipos no endométrio [que tem como um dos sintomas sangramento uterino anormal e infertilidade]. Quem me avisou que eu estava grávida foi a minha irmã gêmea, Lívia. Quando ela fez uma mamografia, acabou descobrindo que tinha leite em suas mamas, mesmo não estando grávida. Então, ela me procurou e disse que eu deveria estar grávida. Na hora, não acreditei. Pensei que antes da cirurgia para retirar os pólipos, isso não seria possível. No entanto, fiz o teste e deu positivo!
Quando a minha irmã ficou grávida, eu também tive leite, mas só percebi no final da gravidez dela. Também sentia enjoos, tanto que não conseguia comer arroz e nem carne. E nós não estávamos próximas nem morávamos na mesma cidade. Já na minha gestação, não percebi nenhum sintoma, parecia que não estava grávida, ao contrário da minha irmã. Durante a minha gravidez, ela sentia enjoos, azia, falta de ar e dor nas costas.
Quando eu estava com quase 41 semanas, minha irmã não estava conseguindo dormir e tinha um incômodo na barriga. Então, ela veio para minha casa, pois achava que o bebê só nasceria se ela estivesse aqui. Nós fomos para a minha consulta e descobrimos que eu já estava com um centímetro e meio de dilatação. Porém, não tinha sentido nenhuma contração de treinamento.
"O PARTO É SEU"
Em seguida, nós fomos para a acupuntura para tentar afinar o colo do útero e estimular as contrações. Por incrível que pareça, ela sentia também os pontos da acupuntura. Ela dizia: "Eu não aguento mais isso, o parto é seu". Logo depois, comecei a contrair e fui para a maternidade. O trabalho de parto, então, começou a evoluir. Cheguei ao hospital com cinco centímetros de dilatação e depois fui para sete. Mas, fiquei estabilizada nos sete centímetros por mais de cinco horas.
Nesse momento, tentei não focar na dor. Eu já queria parto normal e tinha estudado bastante sobre tudo o que acontecia, fiz ioga também. Então, tentei trabalhar minha respiração. Claro, que dói, mas estava concentrada em respirar! Foram 12 horas de parto ativo e então meu filho nasceu no dia 18 de março, quando começaram a proibir as visitas, devido à pandemia. Mesmo assim, como eu entrei em trabalho de parto no dia 17, minha irmã e meu marido conseguiram me acompanhar.
MÃE DE UTI
Quando nasceu, o Vítor nem chorou! Nasceu sorrindo. No entanto, como estava com a saturação baixa e foi para a UTI. Eu pensei que poderia levá-lo para casa depois de dois dias, mas ele ficou uma semana no hospital, porque os médicos suspeitavam que ele estava com uma bactéria. Ser uma mãe de UTI foi um dos meu maiores desafios.
Meu filho também não tinha muita força para sugar o leite. No entanto, aos poucos, ele foi conseguindo, não precisou de fórmula. Como o hospital queria evitar aglomerações, eu só poderia fica na UTI na hora de amamentar, foi um momento muito difícil! Depois de uma semana, fomos para casa e hoje meu filho mama bem, acorda algumas vezes, mas tem sido bem tranquilo.
Uma irmã gêmea pode sentir os sintomas da gravidez da irmã?
Para o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli, biologicamente, isso não deveria acontecer. No entanto, há outros fatores emocionais que podem impactar as pessoas ao redor da gestante, como no caso de maridos que sentem enjoos, porque a esposa está grávida. "As irmãs gêmeas têm uma sintonia muito grande e pode, sim, acontecer de uma estar grávida e a outra ter os sintomas, se ela estiver muito envolvida emocionalmente com a situação", explica.
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