Cerca de quinze mulheres foram revistadas à força e examinadas em um aeroporto no Qatar, depois que um bebê recém-nascido foi encontrado abandonado no banheiro do terminal. As passageiras, incluindo treze australianas, foram retiradas de um voo da Qatar Airways para Sydney e levadas de ambulâncias que esperavam na pista, onde os médicos verificaram se alguma delas havia dado à luz recentemente. Elas foram forçadas a tirar suas roupas íntimas e passar por um exame médico invasivo antes de serem autorizadas a embarcar no aeroporto internacional de Hamad. Depois disso, em Sydney, foram colocadas em quarentena de 14 dias em um hotel. O caso aconteceu no dia 2 de outubro.
Wolfgang Babeck, um dos passageiros que estava no voo, voltando para casa, na Austrália, disse que as mulheres foram retiradas do avião independentemente de sua idade. “Quando as mulheres voltaram, muitas delas, ou provavelmente todas, estavam perturbadas. Uma delas, mais jovem, estava chorando. As pessoas não podiam acreditar no que tinha acontecido", disse ele à ABC. "Disseram-me que elas tinham que tirar a roupa íntima e passar por uma exame para saber se tinham dado à luz", completou.
O Ministério das Relações Exteriores da Austrália descreveu o tratamento como ofensivo e grosseiramente inadequado. "O governo australiano está profundamente preocupado com o tratamento inaceitável de algumas mulheres passageiras", disse um porta-voz. "O governo registrou formalmente nossas sérias preocupações sobre este incidente com as autoridades do Catar", completou.
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A gerência do Aeroporto Internacional de Hamad disse que o bebê estava seguro e sendo cuidado por assistentes médicos e sociais. Médicos ficaram preocupados com a saúde da mãe depois que o bebê foi encontrado e solicitou sua localização, disse um comunicado. "Indivíduos que tiveram acesso a uma área específica do aeroporto onde o recém-nascido foi encontrado foram solicitados a ajudar", acrescenta o comunicado. A estatal Qatar Airways disse que não foi contatada por nenhum dos passageiros do voo e disse que não poderia comentar. "Agradecemos as preocupações e angústias expressas a você pelos passageiros australianos. O incidente será investigado com autoridades e funcionários competentes", disse uma porta-voz.
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