Após quase sete meses fechadas, as escolas estaduais de São Paulo vão reabrir a partir desta quarta-feira (7). No entanto, ainda há muita incerteza sobre como ficará o ano letivo de 2020. Em entrevista à GloboNews, o secretário estadual de Educação de São Paulo, Rossieli Soares disse que a rede estadual trabalhará o ano letivo de 2020 e 2021 em conjunto. "Vamos trabalhar o ano de 2020 e 2021 como um ciclo, como se fosse um ano só, especialmente para esses alunos que já entregaram as atividades e estão entregando", explicou.
Procurada pela CRESCER, a Secretaria de Educação do Estado esclareceu que no ano letivo de 2021, os conteúdos serão trabalhados levando-se em consideração que no ano anterior a aprendizagem dos alunos aconteceu com as atividades não presenciais. Dessa forma, os alunos tinham acessos diferentes a essas atividades – alguns pela TV, outros pelo aplicativo no celular, outros com os roteiros de estudo impressos. Por isso, as habilidades mais essenciais das séries anteriores serão reforçadas junto com as habilidades da série corrente. "Um aluno que estiver no sexto ano do Ensino Fundamental, por exemplo, vai aprender a identificar frações equivalentes (habilidade do 6º ano), mas também realizará atividades para reforçar a aprendizagem de utilizar a reta numérica para representar frações (habilidade do 5º ano). Para apoiar esse trabalho dos professores e estudantes, serão oferecidos materiais didáticos, formações e avaliações. Além disso, haverá tempos específicos durante as aulas regulares ou de forma complementar voltados a realizar a recuperação de habilidades anteriores e o desenvolvimento de novas habilidades", afirma a secretaria em nota.
Nos próximos dias, o governo também deve divulgar, junto com o Conselho Estadual de Educação, como será feita a aprovação escolar dos alunos da rede. "Obviamente nós não defendemos a reprovação pela reprovação, esse é um ano muito atípico, especialmente para os alunos que têm menos condições, que não conseguiram acompanhar as aulas online. Por isso é que nós vamos fazer um grande processo de busca ativa para aqueles que, porventura, não tenham conseguido entregar as atividades. Para esses, vamos dar a oportunidade ao máximo de tempo possível", disse o secretário à Globo News.
Rossieli também acrescentou que em vez de fazer a média com quatro bimestres de 2020, será feita a média bimestral de oito bimestres, contando 2020 e 2021. "Se o aluno que está no quarto ano entregar um mínimo de atividades, ele progride para o quinto ano e a média dele para aprovação no quinto ano será considerada aquilo que ele fez em 2020 e 2021", diz o secretário.
O RETORNO PRESENCIAL
Apesar da volta prevista para quarta-feira (7), ainda há uma baixa adesão das escolas estaduais ao retorno. Na capital paulista, por exemplo, das 1.086 escolas estaduais da capital paulista, somente 100 vão reabrir. Já no estado de São Paulo das 5 mil escolas estaduais apenas 700 terão o retorno presencial.
Para o secretário, a volta gradual é importante para as escolas se prepararem. "Nós não entendemos que seja uma baixa adesão no caso da rede estadual. Primeiro porque a gente tem dito para voltar com tranquilidade, quando a comunidade estiver mais preparada, a escola tem que estar absolutamente toda preparada, não pode ser um processo de volta a qualquer custo, de qualquer jeito, nós não defendemos isso, pelo contrário, queremos todos os cuidados", afirmou.
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