Para evitar a transmissão do Covid-19 e a possível sobrecarga do sistema de saúde brasileiro por causa da doença, todos os estados da nação recomendaram medidas de isolamento social, incluindo a suspensão das aulas presenciais. Como resposta à medida, muitas escolas passaram a oferecer conteúdo e atividades em plataformas digitais enquanto outras optaram por antecipar as férias. E como fica o cronograma das crianças daqui pra frente?
Segundo Arthur Fonseca Filho, diretor da Associação Brasileira de Escolas Particulares, a decisão será tomada individualmente de acordo com a realidade de cada instituição. “Acredito que quanto mais o período de quarentena for prolongado, mais escolas anteciparão as férias do meio ano e oferecerão aulas presenciais em julho”, afirmou. “Agora, em um cenário otimista em que a pandemia é controlada e a situação se normaliza no começo de maio, creio que muitas escolas que ofereceram aulas através de plataformas digitais seguirão o cronograma normalmente”, afirmou Fonseca Filho.
Para o diretor, “nesse momento, não há cabimento pensar que o ano letivo não será concluído com todos os conteúdos”. No caso da Educação Infantil, em que o aluno ainda não tem grande autonomia e a presença em sala de aula é ainda mais essencial, Fonseca Filho acredita que as escolas devem oferecer atividades no mês de julho. “A reorganização do calendário tem que levar em considerações todos os aspectos, inclusive as diferenças entre ensino infantil, médio e fundamental. Se os pequenos ficarem sem atividade, me parece que será conveniente a escola oferecer atendimento no mês de julho, talvez estendendo a possibilidade do curso de férias para as famílias sem custo adicional. É uma alternativa que vale considerar”, explica.
Já nas escolas estaduais, as medidas dependerão do governo de cada região e muitas decisões ainda estão sendo tomadas. Em São Paulo, os 15 dias de férias em julho mais duas semanas de recesso que aconteceriam em abril e outubro foram antecipados. “Teremos férias até o 20 de abril. Depois disso, cumpriremos as horas do ano letivo por ensino a distância em um aplicativo que estamos desenvolvendo. O aluno poderá assistir vídeo aulas e haverá controle de assiduidade e desempenho. Temos a preocupação de fazer uma plataforma leve e que possa ser utilizada no celular porque sabemos que nem todos tem acesso a computador. Quando as aulas presenciais voltarem, seguiremos, direto, até o fim do ano letivo, dependendo de como estiver a situação apenas com feriados”, disse Henrique Pimentel Filho, subsecretário de articulação da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP).
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