A vida social das crianças antes da pandemia era farta de possibilidades: escola, cursos extracurriculares, parquinho, programas culturais, casa da avó, dos amigos. De repente, nenhum outro contato além dos pais. Muitas até se acomodaram nas aulas online com câmera fechada. “Na volta à socialização, os pequenos mais introvertidos poderão ter um desafio maior. Vejo muitos que estão adorando ficar em casa. Mas com o tempo, vão se readaptar”, diz a pediatra Ana Escobar.
Família e escola devem estar preparadas para lidar com a ressocialização, agora, com máscara e álcool em gel e algum distanciamento. E estar atentas aos pequenos que demonstrarem medo e angústia. Assim como a readaptação às aulas presenciais, ainda que em esquema híbrido, a volta ao convívio com amigos e familiares quando a pandemia passar vai exigir esforços das crianças e dos adultos. Não subestime qualquer dificuldade do seu filho nesse sentido, converse, pergunte o que ele está sentindo e pensem juntos em soluções. É importante respeitar as particularidades de cada criança.
As que sofreram maior impacto psicológico ou social diante dessas mudanças devem ser acompanhadas por profissionais. “As crianças têm grande capacidade de adaptação. Esperamos que, com a volta da escola presencial, recuperem a socialização facilmente”, diz Ana Escobar. Mesmo as bem pequenas, que não conviveram com ninguém além dos pais, podem até estranhar no início, mas com paciência, vão se acostumar com outros rostos e colos. Tudo é questão de tempo.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2021/03/um-ano-de-pandemia-como-o-isolamento-social-afeta-o-processo-de-ressocializacao-das-criancas.html