Um estudo, realizado por pesquisadores de Israel, concluiu que a vacinação de grávidas contra a covid-19 também pode oferecer proteção para os bebês. Uma equipe do Hadassah Medical Center, em Jerusalém, Israel, analisou 20 gestantes no final da gravidez com idade média de 32 anos. O tempo médio decorrido desde a primeira e segunda doses da vacina até o parto foi de 33 dias e 11 dias, respectivamente.
Durante suas análises, os pesquisadores verificaram que o sangue do cordão umbilical — que é o mesmo do bebê — tinha um forte suprimento de anticorpos. Dessa forma, os cientistas acreditam que o estudo justifica o apelo para que as grávidas sejam vacinadas contra o coronavírus. “Esta é uma descoberta importante que é tranquilizadora, sugerindo que as mães vacinadas passam proteção contra a covid-19 para seus bebês antes de nascerem”, disse a professora Dana Wolf, chefe do departamento de virologia do Hadassah, ao The Times of Israel, jornal local. “Isso ressalta a importância de vacinar mulheres grávidas e os benefícios de fazê-lo". Wolf disse que suas análises oferecem uma justificativa adicional para tomar essa decisão. “Em nosso estudo, encontramos anticorpos da imunoglobulina G ativos contra a proteína spike do SARS-CoV-2, que basicamente bloqueiam a entrada do vírus nas células", disse a pesquisadora
“Nossa metodologia tem sido acompanhar mulheres vacinadas admitidas para o parto a partir de fevereiro e, se concordarem, na hora do parto olhamos o sangue materno e o sangue do cordão umbilical que é igual ao sangue do feto. Observando o sangue, descobrimos que as mulheres vacinadas, todas as quais receberam ambas as injeções no terceiro trimestre, tinham níveis de anticorpos muito altos e, mais importante, que há uma transferência eficiente dos anticorpos da mãe para o feto por meio da placenta", disse a pesquisadora. “A descoberta é que os anticorpos são transmitidos a recém-nascidos e acreditamos que isso significa que a proteção contra o coronavírus é transmitida.”
Porém, a pesquisadora alerta que o estudo não estabeleceu com certeza se os anticorpos oferecem proteção contra a infecção, mas ela acredita fortemente que sim. Ela também observou que não há informações sobre por quanto tempo os bebês reterão seus anticorpos ou qualquer proteção que eles possam fornecer.
De acordo com informações do The Times of Israel, as grávidas tomaram a vacina da Pfizer-BioNTech. Os resultados parciais da pesquisa foram publicados no Medrxiv, porém ainda não foram revisados.
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