Talvez esse seja um dos campos mais afetados na pandemia e o que mais influenciou na rotina e na sanidade mental de todos. Ter os pequenos arrancados do ambiente escolar, do aprendizado presencial, do convívio naquele local que é deles, por natureza, mexeu com a cabeça de filhos e pais. Muitas crianças perderam o interesse pelos conteúdos, estão com dificuldades no aprendizado, sem motivação
Por outro lado, há famílias mais atuantes no aprendizado do filho e na relação de parceria com a escola, sem contar a valorização muito maior (por parte dos pais) do papel do professor e de todos os desafios que é educar uma criança.
O tema divide opiniões. Algumas famílias se adaptaram melhor às aulas online e acreditam que pode ser um caminho a seguir, outras não querem nem ouvir falar nesse modelo. O mesmo acontece com profissionais da educação. “Para mim, fica de lição que o presencial tem de ser algo além dos conteúdos e cobrança por resultados. Isso o online pode fazer, até sem professor. Também permanecem as possibilidades que se abrem com o digital, a versatilidade, a agilidade e o espaço para a diversidade das formas de expressão”, diz Ligia Mori, diretora pedagógica da Escola Nossa Senhora das Graças, o Gracinha, em São Paulo (SP).
Já para o educador Marcelo Cunha Bueno, diretor da escola Estilo de Aprender (SP) e colunista da CRESCER, não há saldo positivo no aprendizado à distância. “A experiência da aula online veio colada à anulação do convívio social, à pandemia, ao medo. Antigamente, se pensava que o ensino online substituiria o presencial, agora vimos que isso nunca vai acontecer. Será um complemento para quem quiser. Hoje, não vejo nada de favorável disso.
Talvez daqui a alguns anos, afastado desse clima de pandemia, eu consiga fazer uma análise mais crítica e encontrar pontos positivos”, reflete. Para a psicopedagoga Quézia Bombonato, conselheira vitalícia da Associação Brasileira de Psicopedagogia, é possível tirar proveito da situação: “O formato digital tem características, como foco, persistência e determinação, relevantes para a aprendizagem. Se os educadores se apropriarem desses conceitos e os aplicarem em suas atividades, os alunos poderão desenvolver competências socioemocionais e comportamentais para dar conta das transformações que estão ocorrendo na nossa sociedade”.
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