Thursday, October 18, 2018

Famílias seguem boa parte das recomendações de nutricionistas, mas ainda há o que melhorar

298-MatCapaAlimentacao-menina-comendo-brocolis (Foto: Raquel Espírito Santo / Editora Globo)

 

Nunca se falou tanto em nutrição. E quando se trata de o que colocar no prato (ou na mão) das crianças, o assunto é encarado com mais seriedade. Prova disso é o engajamento à pesquisa exclusiva que CRESCER realizou com o objetivo de conhecer as preferências e os hábitos alimentares das crianças, entre maio e junho deste ano: 3.688 pais e mães de crianças de 0 a 8 anos participaram do estudo, realizado com o apoio do Núcleo de Pesquisa da Editora Globo (RJ). Os resultados são animadores. Em relação ao aleitamento materno, por exemplo, notamos que 71% das crianças foram amamentadas por mais de 6 meses.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o período de amamentação exclusiva deve ser de, no mínimo, 6 meses. E a maioria delas (65%) começou a se alimentar com sólidos após essa faixa etária, o que também está de acordo com as recomendações médicas. Além disso, só 10% rejeitam verduras e 6%, legumes. Outro dado revela que 12% das famílias têm algum membro vegetariano.

Será que as crianças estão comendo melhor? De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, de fato, o consumo regular de frutas e hortaliças subiu 4,8% na última década no país, enquanto a ingestão de refrigerantes e bebidas açucaradas caiu 52%. Mas ainda há muito o que evoluir. Especialmente porque os índices de obesidade infantil sobem a cada ano – entre os meninos é de 12,7%, e entre as meninas 9,4%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“A pesquisa da CRESCER apontou algumas práticas alimentares conhecidas por aumentar o risco de ganho de peso rápido na infância, o que pode levar à obesidade agora e no futuro”, alerta a nutricionista Daniela Neri, especialista em Nutrição Clínica Pediátrica e pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de SP (Nupens), que analisou o estudo a nosso pedido. Um exemplo é o consumo de refrigerante (18%), que tem início entre o primeiro e o segundo ano.

A nutricionista Elaine de Pádua, mestre em nutrição pela Unifesp, autora de O Que Tem no Prato do Seu Filho? (Editora Alles Trade), concorda e vai além. “Há muitos fatores que interferem na criação de bons hábitos alimentares de toda a família, como a dupla jornada da mulher, que muitas vezes não tem com quem dividir essa responsabilidade em casa e acaba lançando mão do mais prático, que são os alimentos comprados prontos”, afirma. Para ela, e os especialistas e pais com quem conversamos, há esperança. É um trabalho que envolve toda a família (e não apenas a mãe), assim como a escola, os governos e a sociedade em geral. Veja mais detalhes da pesquisa a seguir.

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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Alimentacao/noticia/2018/10/familias-seguem-boa-parte-das-recomendacoes-de-nutricionistas-mas-ainda-ha-o-que-melhorar.html