As aulas nas escolas da rede municipal do Rio de Janeiro iniciaram com polêmica em 2019. De acordo com as mães, diversas mudanças estão prejudicando não só as crianças, mas também a rotina dos pais. "Como vou trabalhar se minha carga horária é superior e ainda tem o deslocamento, que nem tem margem nenhuma para isso? Um absurdo", reclama uma mãe pelas redes socias, que tem dois filhos na creche Carmen Miranda, na Barra da Tijuca. Segundo ela, o horário, que era das 7h30 às 16h30 passou a ser das 8h às 16h, ou seja, uma hora a menos.
Na escola da Maria, 10 anos, também teve redução, mas de meia hora. "Antes ela entrava às 7h e agora entra às 7h30. Também não tem mais recreio. Além disso, se a criança quiser comer na escola tem que ficar até depois das 11h30. Minha filha não come na escola, mas questionou, pois tem amigos que comem e precisam desta comida. Só que quando bate o sinal, por mais que estejam com fome, vão querer ir embora, pois estudaram direto, sem intervalo. Isso é desumano. Maria achou péssimo", conta a mãe Debora Ambrósia, 31.
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"Combinamos que esse ano ela vai estudar aqui, se preparar para fazer prova e tentar um colégio melhor o ano que vem. Infelizmente, não dá para depender da escola pública. Acho um descaso total", completa Debora. Alguns pais foram mais longe e estão usando esse descontentamento para reverter as mudanças. Eles criaram uma petição online e esão reunindo assinaturas.
"A comunidade escolar do município do Rio de Janeiro foi surpreendida com a publicação da Resolução 113 pela Secretaria Municipal de Educação, em 17 de janeiro de 2019, no Diário Oficial. Reduzir em uma hora o período escolar, prejudicará a vida da maioria das famílias atendidas. Exigirá grandes mudanças nas rotinas das crianças e de seus responsáveis, impactando negativamente nas relações de trabalho, no orçamento familiar - por nos obrigar a recorrer a transportes mais velozes e/ou conduções escolares ou terceiros para nos auxiliar, e na qualidade de vida", escreveu a mãe Luciana do Nascimento, na página.
O que diz a prefeitura?
A assessoria de imprensa da Prefeitura do Rio de Janeiro confirmou que foram realizadas mudanças e adequações. No entanto, fez um contraponto em relação as reclamações dos pais. De acordo com o município, o horário de recreio está mantido. A única diferença é que as escolas ganharam autonomia para definir os períodos que consideram mais adequados. "Por exemplo, quem possui apenas um professor para todas as disciplinas, terá seu intervalo definido por esse educador, já que ele é o encarregado de planejar a rotina das crianças", explica uma porta voz do município.
Sobre os horários, a Pefeitura informou que as creches tiveram uma redução de uma hora para que pudessem se "adequar a carga horária dos professores, que é de 8 horas por dia, ou seja, 40 horas semanais", diz. Já as escolas de horário parcial, estão mantidas as 4 horas e 30 minutos de atividades, incluindo o horário de almoço. Esse, sim, teve alteração, mas somente de horário. "Antes, algumas escolas ofereciam a merenda em horários inadequados como 9h30, 10h ou 10h30. Por isso, decidimos definir um horário único de merenda - que é as 11h30 - para todos os alunos, que contempla, inclusive, os dois turnos: da manhã e da tarde. Assim, quem está saindo da aula poderá almoçar e ir pra casa, e quem está chegando, receberá o almoço antes da aula", explica.
Em relação ao lanche, que também é motivo de reclamação dos pais, a assessoria informou que o cardápio varia de acordo com o dia da semana. "Num dia será servido leite com farinha, mas em outros também terá leite com banana, iogurte, pão com manteiga ou biscoito. Assim como a refeição principal", afirma.
A assessoria informou ainda que "o horário escolar da Rede Municipal para o ano letivo de 2019 foi discutido em reunião com o Conselho de Responsáveis, Conselho de Diretores e Conselho de Professores". E que todos os dias são servidas mais de 1 milhão de refeições nas escolas municipais do Rio. O município possui um total de 640 alunos e as aulas iniciaram na última segunda-feira (11).
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