A busca por um parto humanizado – em um ambiente mais acolhedor e sem nenhum tipo de intervenção médica – vem aumentando nos últimos anos, não só no Brasil, mas em todo o mundo. No entanto, ter um bebê em casa nunca foi uma opção para a dentista do Rio de Janeiro, Juliana Maciel Sierra Torres, 34. Grávida de 36 semanas do segundo filho, Pedro, ela "pretendia, sim, ter um parto normal, mas no hospital", conta.
No entanto, o caçula reservou uma experiência e tanto para toda a família. A mãe disse que as contração começaram na madrugada de quinta-feira (07). "Iniciaram de 7 em 7 minutos. Teve horas em que fiquei deitada na cama, outras fui pro banheiro, na água quente, que me ajudou bastante. Então, meu marido avisou a obstetra e ela disse que poderíamos esperar um pouco", lembra.
Como a primeira experiência de parto foi bem demorada, ela estava tranquila, só não esperava que fosse surpreendida por uma evolução muito rápida. Vinte minutos depois, as contrações começaram a ficar mais frequentes. "Passaram a ser de 4 em 4 minutos. Então, ligamos de novo avisando que iríamos para o hospital, pois eu tava com medo da chuva. A previsão era de chuva no Rio", conta. No entanto, não deu tempo. O intervalo entre as contrações diminuiu ainda mais. "Já diminuiu para 2 minutos e me deu uma vontade louca de empurrar, não tinha como segurar", diz a mãe.
'Minha mãe já chegou no quarto gritando: 'Tô vendo a cabeça'"
O marido, apavorado, ligou novamente para a obstetra. "Ela pediu pra ficar em casa por que se já estava assim, provavelmente nasceria na rua. Todo mundo ficou desesperado", brinca. A filha mais velha do casal, Gabi, 3, acompanhou todo o trabalho de parto. "A Gabi chegou no quarto e falou que não queria ir pra escola. Mas eu não queria que ela ficasse muito perto de mim, pois não sabia se ia nascer realmente, se ia ter muito sangue. Nisso, comecei a colocar o vestido, veio aquela dor alucinante e eu falei 'para tudo'! Deitei na cama, tirei a calcinha e aí meu marido ligou pra obstetra, que ficou no viva voz com a gente, orientando. Nisso, minha mãe já chegou no quarto gritando: 'Tô vendo a cabeça, tô vendo a cabeça'. Eu fiz uma força e ele nasceu!", diz Juliana.
"Ficou todo mundo olhando... Gabriela ficou toda feliz, comemorando: 'Pedro nasceu, Pedro nasceu'. Eu peguei ele no colo, botei no meu peito, e a obstetra continuou orientando 've se ele ta mamando', 'ele ta chorando?'", conta. A família esperou um pouco e logo partiu para o hospital. "Fui, de taxi, ainda com o cordão umbilical preso! Por conta do trânsito, pedimos até escolta da Polícia Municipal. Eu tava começando a ter mais contrações, mas não queria fazer força por que a placenta poderia sair no meio do taxi. Mas deu tudo certo!", relembra, aliviada.
No hospital, Pedro foi levado para a encubadora, pois tinha perdido um pouco de temperatura. "Eu não senti medo por que já tive um parto normal, embora tenha sido no hospital. O meu maior medo era ele ser muito pequeno e precisar de internação", diz Juliana. Apesar da aventura, mãe e filho estão muito bem e devem receber alta neste domingo (10). "Ele nasceu super tranquilo com 2,890kg e 50 centímetros. Para um bebê de 36 semanas, falaram que ele foi muito bem", afirma a mãe, toda orgulhosa... e com razão!!
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