Friday, November 13, 2020

Marcos Mion lembra decisão errada que tomou com o filho, Romeo: 'O passado pode ser uma prisão ou uma escola'

Pai beijando filho (Foto: Getty Images)

 

Pode apostar: é mais fácil pensar “isso é óbvio” ao ler esta coluna do que, de fato, analisar seus traumas, problemas, ausências e desentendimentos. Todo pai e toda mãe carrega culpa, e isso provém de algo que aconteceu no passado. Todo pai e toda mãe já errou e se arrependeu. Ou, pelo menos, desejou ter agido de forma diferente.

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Quando Romeo, meu primogênito, tinha 3 meses, ele precisou passar por uma cirurgia no quadril, pois nasceu com o fêmur desencaixado do ilíaco. Sem a cirurgia, ele seria manco. É o tipo de coisa que, quanto antes se resolver, melhor. Coube a mim, recém-elevado à categoria de pai, tomar a decisão de fazer a operação. Eu, que nos meus parcos 24 anos, nunca tinha sequer experimentado a responsabilidade ou a sensação de ter outra vida dependendo de mim nem para as mais básicas necessidades. Meus pais conversaram muito comigo, mas, sabiamente, deixaram a decisão final por minha conta.

Varei a noite pensando e analisando. Quisera eu ser mais conectado com a minha fé naquela época. Fato é que tomei a decisão errada. O médico que escolhi não conseguiu obter sucesso na cirugia. Assim, uma nova anestesia geral em uma criança com menos de 6 meses seria necessária para uma segunda cirurgia. Desta vez, com o médico pelo qual eu não tinha optado antes – e ele conseguiu. Essa culpa me consumiu por muito tempo. Pude, enfim, me perdoar e me libertar dela, transformando-a em mais uma aula da escola da vida.

O passado é traiçoeiro. Se sente o mínimo de insegurança ou arrependimento, ele não te deixa em paz com o que aconteceu. Ele te aprisiona. “Deus não trabalha com o passado”, disse meu mestre Padre Fabio de Melo. E é verdade. Deus perdoa, aceita, acolhe e olha para a frente. A primeira jogada para o aprisionamento é o sopro do diabólico “e se” no nosso ouvido. Isso já causa uma espiral de teorias, pensamentos e vontades, que logo se transformam em angústia, porque o que passou não pode ser refeito. Imaginar outro desfecho somente causa dor. “E se... eu tivesse feito diferente, falado outra coisa, ligado, ido embora, ficado, voltado, amado, xingado, dito sim, dito não, me declarado, realizado o trabalho, acertado a resposta.” A lista é infinita, mas o destino desse pensamento é um só: a prisão.

Ao passo que, se você encara o que fez ou o que aconteceu como uma escola, como um aprendizado que vai te deixar mais forte, mais esperto, atento, cuidadoso, ou que vai mudar a forma como você age, vai causar uma sensação de realinhar a rota, de entender e aprender, você fica livre. Livre para seguir a sua vida melhor do que antes. Parece tão óbvio, né? Mas se fosse fácil, não seria um assunto com o qual todo mundo se identifica. A escolha é sua!

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Marcos Mion (Foto: reprodução/instagram)

 

MARCOS MION É APRESENTADOR DE TV, ATOR, FISICULTURISTA E EMPRESÁRIO, CASADO COM SUZANA GULLO E PAI DE ROMEO, 14 ANOS, DONINHA, 11, E TEFO, 9

 

 

 

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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Colunistas/Marcos-Mion-Pai-Nivel-Hard/noticia/2020/11/marcos-mion-lembra-decisao-errada-que-tomou-com-o-filho-romeo-o-passado-pode-ser-uma-prisao-ou-uma-escola.html

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