O Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta admitiu em coletiva de imprensa nesta quarta (11) estar discutindo com sua equipe o fechamento de escolas por causa do coronavírus. “Quando isso acontece (as escolas fecham), as crianças geralmente são deixadas com os avós e quem queremos proteger desse vírus são justamente os mais idosos. Então fechar as escolas colocaria um dilema. É possível? Sim. Talvez seja necessário em algum momento? Sim, mas quero lembrar sempre que os idosos e os doentes crônicos são objeto principal de proteção nessa crise”, afirmou o ministro.
Em vídeo publicado nas redes sociais, nesta quarta (11) o ministro da Educação, Abraham Weintraub, também ponderou sobre o que pode ser feito caso seja necessário fechar as escolas. Weintraub afirmou que medidas já estão sendo tomadas e que será montado um "plano de aulas remotas".
A declaração do ministro veio no mesmo dia em que a Organização Mundial de Saúde declarou que o coronavírus pode ser classificado como pandemia, ou seja, tem presença e transmissão sustentada em diversos continentes. Por causa da decisão da OMS, Mandetta afirmou que qualquer pessoa que chegue ao Brasil de um voo internacional, independente do país de origem, e apresente febre, tosse ou outros sintomas similares à gripe pode ser considerado um caso suspeito de coronavírus. De acordo com dados apresentados pelo Ministério da Saúde, a letalidade do coronavírus no mundo, é, em média de 3,5%, sendo que a China registra taxa de 3,9% China, a Europa 3,5% e o Sudeste Asiático 2,2%.
Coronavírus no Brasil
Para o ministro, o vírus provavelmente terá um “impacto grande” no SUS. “O vírus derruba os sistemas de saúde, porque, apesar da letalidade relativamente baixa, já foi verificado em outros países, como é o caso da Itália, que, quando a transmissão sustentada se confirma, ocorre um aumento muito agudo e rápido de pessoas necessitando de tratamento”, disse o ministro. “Nessa crise, precisamos fazer bom uso do sistema de saúde, dos kits de diagnóstico e dos aparelhos de respiração assistida”.
Mandetta ressaltou ainda que, por ser um país muito grande, é possível que o ritmo de transmissão do coronavírus varie bastante de estado para estado. “Não teremos uma receita de bolo que funcionará para todo o Brasil, teremos que avaliar região por região”, afirmou. Durante a coletiva, o ministro informou que no Brasil, havia 34 casos confirmados de coronavírus com média de idade de 41 anos. Eram 19 em SP, 8 no RJ, 2 na BA, 1 em MG, 1 em AL, 1 em RS, 1 no DF e 1 no ES. 41% (14 pessoas) dos pacientes tem menos de 41 anos, 26% (9) entre 40 e 49 anos, 18% (6) entre 50 e 59 anos, 12% (4) entre 60 e 69 anos, e 3% (1) com mais de 69. Após o fim da coletiva, mais 2 casos foram confirmados no Rio de Janeiro e 1 no Rio Grande do Sul, totalizando 37 pessoas com coronavírus no país.
Como se prevenir
Mandetta ressaltou a importância de medidas preventivas. “Todo brasileiro tem que fazer o que está ao se alcance. Lavar as mãos com frequência, não visitar pessoas idosas se estiver gripado ou resfriado, evitar o contato social para pessoas acima de 60 anos ou com doença crônica e estimular o trabalho em horários alternativos em escala, reuniões virtuais e home office”, defendeu o ministro.
Entre as medidas que serão tomadas pelo Ministério, destaca-se a ampliação do Programa Saúde na Hora, de 1,5 mil para 6,7 mil postos de saúde. “Esse programa oferece o primeiro atendimento até às 22h. A porta de entrada para o tratamento será pela atenção primária já que a grande maioria dos casos de coronavírus evolui muito bem até sem remédio. Os pacientes com sintomas devem procurar primeiro os postos de saúde e não os hospitais”, explicou o ministro.
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