A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) se uniram em uma campanha de incentivo à vacinação com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da imunização das crianças e, como consequência, melhorar os índices de cobertura vacinal no país, que está abaixo da meta em 2018.
Crianças com até 5 anos são o foco principal da parceria, que foi firmada em agosto e prosseguirá em 2019. A campanha pretende atingir gestores públicos de saúde, profissionais de saúde, especialmente pediatras, famílias de crianças pequenas e a comunidade geral.
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A campanha promovida pela SBP e o UNICEF visa especialmente os municípios do semiárido brasileiro e da Amazônia, por meio do Selo UNICEF, mas beneficia também as capitais onde a entidade desenvolve um programa chamado Plataforma dos Centros Urbanos (PCU). A divulgação usará como principal canal as redes sociais, com busca da segmentação para o público que se pretende alcançar. Além disso, também foram produzidos spots para serem veiculados em emissoras de rádio, na televisão e no Youtube. Inicialmente estão sendo divulgados cards para as famílias e, posteriormente, serão divulgados os cards voltados para os gestores públicos.
“Neste momento em que o Brasil sofre novamente com o surgimento de novos casos de sarampo, e com o risco de volta da poliomielite, temos a obrigação de promover ações que fortaleçam e conscientizem os pais sobre a importância de vacinar os filhos”, disse a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva, em comunicado.
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A coordenadora da área de saúde do Unicef, Cristina Albuquerque, chamou a atenção para um efeito comum do êxito da vacinação: o ressurgimento da doença devido à falta da percepção do risco da população e até de alguns profissionais de saúde. “Criou-se a sensação de que, devido à erradicação do sarampo em 2016 e da pólio desde 1989, não havia mais a necessidade de vacinar as crianças. No entanto, é preciso manter as coberturas vacinais das crianças elevadas, enquanto ainda existam casos dessas doenças em outros países", explicou.
Os números do Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, traziam, até 2015, bons índices de cobertura vacinal. A partir de 2016, passou-se a observar uma queda nesses índices, especialmente das vacinas contra o sarampo e a poliomielite, até que o Brasil voltou a apresentar novos casos de sarampo, sendo a maioria deles no Amazonas e em Roraima.
Para a especialista de saúde do Unicef, Francisca Maria Andrade, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) precisam se adequar às necessidades da comunidade, estendendo o seu horário de funcionamento para que pais que trabalham consigam levar os filhos para vacinar após seu horário de expediente. “Estamos atuando junto aos gestores, por meio do Programa Selo Unicef, em busca de melhorias nas políticas públicas voltadas às crianças e adolescentes”, revela.
A especialista do Unicef defende ainda a realização de campanhas permanentes de vacinação para evitar a queda na cobertura vacinal no Brasil. “Existem diversos estudos que demonstram a eficácia das vacinas e da efetividade em termos de custo-benefício. Por isso, precisamos estar atentos às dúvidas das famílias e dos profissionais de saúde para que a vacinação de rotina não seja comprometida, além de lembrar, continuamente pelos meios de comunicação e pelas equipes de saúde, que as vacinas sejam aplicadas dentro das datas estabelecidas no cronograma do Ministério da Saúde”, afirma.
Posteriormente, o Unicef tem o objetivo de criar parcerias com as Sociedades de Pediatria estaduais. “Temos recebido demandas das Sociedades de Pediatria do Ceará (Socep) e da Bahia (Sobape), e, dessa forma, vamos formando uma grande rede para fortalecer esse trabalho em conjunto”, finaliza Cristina.
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