Fim de ano é tempo de chorar! Pelo menos para nós, pais, é assim! Não tem jeito! Tem os que soluçam e os que ficam aos prantos, os que tentam se segurar mas no fim se entregam às lágrimas, e os que podem até parecer que não choram, mas é porque estão tão emocionados que se esquecem de dar uma choradinha... Tudo culpa das apresentações dessa época do ano! No caso de Juju, teve a festa de encerramento da escola e o espetáculo de jazz.
Julia começou a fazer jazz há uns 3 ou 4 meses. Ano passado, ela fazia ballet. Como mudou de escola e passou a estudar em período integral, demoramos um pouco para inscrevê-la numa atividade extra. Queríamos que ela primeiro se adaptasse à nova rotina. Foi uma transição tranquila e passamos a buscar algo pra ela fazer. Não quis a ginástica e acabou no jazz por causa de uma das suas melhores amigas. Elas são as duas mais novas da turma e nem se intimidaram nos dias do espetáculo. Foram dois dias de apresentação. E nas duas, Ju foi perfeita!
Certamente eu estava muito mais nervoso que ela. Eu sabia que no fim ela teria que dar uma cambalhota de costas e eu estava com um medo danado de algo dar errado. Deu certo demais! Deu a cambalhota, dançou com sorrisão no rosto e mostrou que sabia de cor todos os passos que precisava dar naqueles 3, 4 minutos de apresentação. Falei pra ela depois que eu estava um pouco ansioso com a tal cambalhota... “Ah pai, eu estava tranquilona”, foi a sua resposta. “Divas Pop” era o nome apropriadíssimo do show da sua turma. A minha diva de 6 anos deu show!
Se a dança foi no palco de um teatro do Rio com mais de 100 pessoas na plateia, a apresentação na escola também foi em cima de um palco, mas dentro do colégio mesmo. Na frente delas, pais babões com celulares nas mãos filmando tudo. A coordenadora até tentou limitar as filmagens, dizendo que todos poderiam ver os vídeos que seriam produzidos pela escola, e aí ninguém atrapalharia a visão de ninguém... Foi a apresentação começar para dezenas de telefones estarem apontados pro palco. E é mesmo irresistível!
Eu gosto de tentar curtir o momento, olhar pra Julia o tempo todo, ver a carinha dela, se está feliz, se está à vontade, mas fiz um filminho de uns 15 segundos... A apresentação era da aula de música. Umas cem crianças cantando e tocando flautas. Nesse mesmo dia, passamos por um corredor de arte. Arte feita por Julia e os amigos. E pra terminar fomos presenteados com um livro cuja autora é Julia. Livro de capa dura, com uma historinha em comum para todos os amigos de sala e com desenhos de cada um que caracterizavam quem era o autor.
2018 é especial pra Juju. Ganhou até álbum de fotografias de presente da avó por causa disso. O ano em que aprendeu a ler e a escrever! 2019 tem mais... Como estuda num colégio bilíngue, vai ser alfabetizada em inglês. Já fiquei emocionado ouvindo Ju cantar em inglês! Imagina vê-la falando e escrevendo. Melhor ir preparando o lenço...
Bruno Côrtes é pai de Julia, 6 anos. Já viveu um ano e meio longe da filha por causa do trabalho. Foi correspondente do SporTV em Nova York. Hoje, aproveita cada minuto ao lado dela. E tenta adequar a vida corrida de jornalista com a de pai.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Colunistas/Bruno-Cortes/noticia/2018/12/esta-aberta-temporada-do-chororo.html