Thursday, August 27, 2020

Por dentro das vacinas: 6 respostas sobre imunização

Ana paula Pontes durante o evento para escolarecer as principais dúvidas dos pais sobre vacinas (Foto: CRESCER)

 

Desde que foram inventadas, as vacinas já salvaram milhões de vidas, mas o assunto sempre gera dúvidas. Para responder os principais questionamentos de pais e mães, o presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP, Renato Kfouri, e o infectologista e gerente médico de vacinas da GSK, Emersom Mesquita, reuniram-se vitualmente nesta quarta (26) em um bate-papo, transmitido ao vivo para centenas de pessoas por meio das redes sociais da CRESCER.

Mediando a conversa, a editora-chefe da CRESCER, Ana Paula Pontes, trouxe para o painel as dúvidas dos leitores e as principais controvérsias sobre o tema. Confira 6 dúvidas respondidas durante a transmissão, que contou com o apoio da GSK:

Como funcionam as vacinas?

Renato Kfouri: A vacina visa imitar uma infecção natural. Ela expõe nosso organismo a um germe de maneira controlada, fazendo com que nosso corpo produza anticorpos, que são agentes contra determinado patógeno. Depois de vacinados, lá na frente, caso tenhamos contato com o vírus ou bactéria de verdade, já estaremos com as defesas prontas e não vamos contrair a doença.

Emerson Mesquita, infectologista e gerente médico de vacinas da GSK (Foto: CRESCER)

 


Por que algumas vacinas são administradas em várias doses?

Emerson Mesquita: O sistema imunológico da criança ainda está em desenvolvimento então é preciso apresentar aquele antígeno várias vezes para que o corpo possa desenvolver uma resposta de defesa adequada. Outra coisa que influencia na necessidade de reforço é se estamos falando de uma vacina de antígeno vivo atenuado ou de inativado. A primeira opção costuma provocar uma resposta imunológica maior e geralmente precisa de menos doses. Atrasar o calendário vacinal acaba expondo a criança ao risco de contrair a doença nesse intervalo sem proteção. Por isso, é importante respeitar as recomendações.

É seguro dar vacinas combinadas contra mais de uma doença no mesmo dia?

Renato Kfouri: Sim, os estudos mostram que as vacinas são tão purificadas hoje em dia que é muito seguro aplicar mais de uma no mesmo dia. O que não pode é deixar de vacinar. As vacinas se concentram no primeiro semestre de vida porque essa é uma fase crítica para o sistema imunológico que deixa os bebês mais suscetíveis a várias doenças por ainda não estar maduro. Existem pouquíssimas vacinas que não podem ser dadas juntas porque podem interferir na eficácia uma da outra. O pediatra consegue alertar os pais nesses casos.

Por que algumas vacinas, como a da gripe, têm novas versões todos os anos?

Emerson Mesquita: Isso está intrinsicamente ligado ao potencial de mutação do vírus, que no caso da gripe, ocorre todos os anos. Para que nosso corpo consiga produzir uma defesa adequada é preciso apresentar a ele, através da vacina, a versão mais recente do vírus. Por isso, a imunização deve ser anual.

Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (Foto: CRESCER)

 

Por que manter o calendário de vacinação é importante mesmo durante a pandemia?

Renato Kfouri: Os benefícios são imensos. Foi através da vacinação, por exemplo, que acabamos com os casos de varíola no planeta, uma doença que matou milhões de pessoas. Deixar de vacinar, abre espaço para doenças que já tinham sido erradicadas ou que têm pouquíssimos casos no nosso país voltem a circular em grande escala. Além do seu filho, a vacina protege toda a comunidade. É um movimento coletivo.

Por que algumas pessoas apresentam efeitos colaterais depois da vacinação e outras não?

Emerson Mesquita: Os efeitos colaterais nada mais são do que a reação do organismo à vacina. É importante lembrar que a grande maioria está relacionada a aplicação, ou seja, dor, vermelhidão e inchaço no local transitórios. Reações sistêmicas como febre e dor no corpo também existem e desaparecem com o tempo. Varia muito de organismo para organismo, mas não está relacionado à eficácia da vacina. 

Quer saber mais? Assista ao bate-papo na íntegra:

 



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