Para o ator Ricardo Pereira, no ar como o romântico Almeida de ‘Éramos Seis’, a convivência com os três filhos pequenos não é um desafio, mas um prazer. Em entrevista à CRESCER, ele revelou que gosta de se envolver nas atividades de Vicente, 8, Francisca, 6, e Julieta, 2 e que pretende aumentar a família no futuro. O ator, que nasceu em Portugal, mas vive há décadas do Brasil, disse ainda que a novela foi um presente em sua carreira e deu detalhes do destino de seu personagem. Confira:
Quais são os principais desafios que enfrenta com a paternidade?
Educar é sempre o mais difícil, demanda muita dedicação e disponibilidade. Sempre existe o receio de estar tomando as decisões erradas, a dúvida de se os filhos vão seguir os ensinamentos da melhor forma possível. Estou sempre atento e procuro estar ao lado deles para guiá-los a uma vida adulta saudável e feliz. A maneira como eles reagem, aos poucos, vai me tranquilizando, mas sempre fica uma preocupação. Meu papel como pai é dar a base e deixar que voem, cada um com sua personalidade.
E o maior desafio no convívio com as crianças hoje em dia?
O limite para o uso de telas é algo que essa geração está lutando bastante para encontrar. Troco experiências com outros pais sobre o assunto e permito que meus filhos explorem o que a tecnologia pode oferecer, mas uso programas que monitoram a quantidade de tempo que eles gastam em cada aplicativo. Ainda não demos um celular próprio para nenhum deles e pretendemos aguardar até que tenham mais responsabilidade. Mesmo assim, as vezes é difícil encontrar o equilíbrio.
Você sempre teve o sonho de família grande? Pretende ter mais filhos?
No meu universo de amigos de infância, muita gente teve muitos filhos. Nós e esse grupo de amigos realmente amamos o prazer que é ser pai e mãe. Pensamos em aumentar a família, mas minha mulher é nova, tem 36 anos, e eu também tenho só 40, então queremos aproveitar cada fase do crescimento deles. Gosto de estar presente em tudo na vida dos meus filhos e minha mulher tamém. Talvez a gente espere a caçula ter um pouco mais de autonomia para expandir a família.
Existe alguma tradição de Portugal que você mantem com a família até hoje no Brasil?
Em Portugal, a gente come muita sopa, mesmo durante o calor do verão. A sopa dá uma harmonia, um aconchego... E nós mantemos isso por aqui, tomando sopa todo dia antes do prato principal, independente da estação do ano. Meu filhos são um pouco como eu, se adaptam a novas culturas com facilidade e gostam dessa mistura. É algo que cultivamos como forma de prepará-los para saber viver em qualquer lugar no futuro.
Como foi dar vida a um mocinho em ‘Éramos Seis’ depois de um vilão marcante como Virgílio de ‘Deus Salve o Rei’?
Muito bacana, mas bem difícil de fazer. O Almeida vive um conflito grande, por ser desquitado, o que no período era algo muito complicado. É um personagem muito complexo e sofrido que me obriga a atuar de uma forma muito contida. Todas as cenas são muito delicadas, entrecortadas por silêncio e olhares principalmente na relação com a Clotilde (Simone Spoladore). Tem sido um presente pra minha carreira.
Com a novela chegando na reta final, o que você pode adiantar sobre o destino do Almeida?
A novela vai dar um salto temporal para abordar o período da guerra. Muita gente vai sair de São Paulo e o Almeida vai reencontrar a Clotilde em Itapetininga e começar a questionar se tomou a decisão certa ao abdicar do amor da vida dele. O reencontro é lindíssimo, há uma energia muito especial e vai render cenas muito bonitas. Muita gente me para na rua, dizendo que se identifica com o amor desse casal, e me conta histórias de grandes paixões proibidas. Está sendo incrível ver essa identificação com um trabalho delicado que está sendo feito com muita poesia e encantamento.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Pais-famosos/noticia/2020/02/gosto-de-estar-presente-em-tudo-na-vida-dos-meus-filhos-diz-ricardo-pereira.html