Tuesday, February 25, 2020

Carnaval: com cartaz dizendo "Parem de me perguntar se eu ajudo ela", casal chama a atenção sobre papel da paternidade

Com cartaz "Parem de me perguntar se eu ajudo ela", casal chama atenção em bloco de carnaval (Foto: Arquivo Pessoal)

 

"Parem de me perguntar se eu ajudo ela". Foi com essa frase que a jornalista Bruna Folegatti, 35, e o educador físico Caio Folegatti, 32, desfilaram no carnaval, em São Paulo. Eles são pais do Tomás, que tem 1 ano e seis meses. De acordo com Bruna, mostrar que a paternidade não é uma questão de ajuda é extremamente importante. "É impressionante que não seja todo mundo que pense assim. Entendo quando são nossos avôs perguntando: 'ele te ajuda?' Porque viveram em uma época que essa era a realidade, mas hoje? A igualdade tem que ser para tudo. A mulher trabalhando para dividir as contas e o homem assumindo qualquer coisa em casa, seja lavar a louca, trocar fralda ou passar o dia junto com o filho", diz a jornalista. A ideia é mostrar que não é uma questão de ajuda e sim de divisão de tarefas. 

Caio conta que a ideia de levar o cartaz surgiu de última hora. "Minha esposa me perguntou se eu não iria fantasiado para o bloco, então decidi improvisar. A frase surgiu de uma realidade que convivo muito. E por ser um bloco voltado para o público infantil pensei que mais pais e famílias iriam olhar e se identificar ou refletir sobre a paternidade e o papel dela", diz o educador físico. O casal chamou a atenção no carnaval, muitas pessoas os apoiaram e pediram para tirar foto com eles.

Em sua casa, o dia a dia dos pais é de muita parceria. Bruna trabalha no ambiente corporativo e Caio é autônomo. Dessa forma, os dois tentam conciliar sua rotina para passar o maior tempo possível com o filho. "Quando acabou a minha licença-maternidade, nós conversamos e entendemos que a nossa prioridade era ficar com Tomás até pelo menos um ano. Dessa forma, optamos por não o colocar na escola e ter uma babá apenas dois dias da semana. Nos outros, nós nos revezamos". 

A ideia de levar o cartaz surgiu de última hora (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Até seu filho completar 1 ano e cinco meses, o casal se dividia para ficar com o menino. Caio ficava fora de casa das 6 horas às 9 da manhã para dar aula e Bruna ficava com Tomás. Quando ele voltava, era vez de Bruna ir trabalhar. Ao retornar às 18 horas, a mãe assumia os cuidados do filho novamente, enquanto marido ia dar aula. "Nosso objetivo foi alcançado: proximidade e uma criação muito afetuosa nessa primeira infância", diz. 

Gravidez

No mês passado, Tomás entrou na escola e rotina mudou um pouco.  Dessa forma, Bruna ficou responsável por levar o filho e Caio buscá-lo na escola. "Brinco que é uma corrida de revezamento, que a gente só bate a mão quando chega em casa e já saí, mas sabemos que é temporário e faz muito sentido para gente", afirma. 

O casal está junto desde 2014. O desejo de ser pais já surgiu logo depois do casamento em 2017. Eles ficaram grávidos três meses depois que se casaram. "Toda a gestação foi muito curtida e de planos reais para como seria a vida com um bebê", diz Bruna.

A mãe lembra que o marido participou muito de sua gestação. "Ele inclusive foi contra uma doula no parto, porque queria fazer esse papel". Após 18 horas de parto, Caio finalmente realizou seu sonho e cortou o cordão umbilical do bebê. 

 

 

 

 



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