Wednesday, April 17, 2019

Resfriados: metade dos pais usam métodos que têm pouca ou nenhuma evidência de eficácia

mãe; filha; chá; café; xícara; cobertor; gripe; resfriado (Foto: Thinkstock)

 

 

 

O que você faz para proteger os seus filhos na estação mais fria do ano? Se você é do tipo que acredita em “estratégias folclóricas” - como não secar os cabelos antes de sair -, saiba que não está só! De acordo com a Enquete Nacional do Hospital Infantil CS Mott sobre Saúde da Criança, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, mais da metade (51%) dos pais já deram aos seus filhos vitaminas ou suplementos sem receita para prevenir gripes e resfriados. A maioria (71%) também afirma que segue conselhos como evitar que as crianças saiam com o cabelo molhado ou encorajando-as a passar mais tempo dentro de casa.

Segundo o pediatra Gary Freed, co-diretor da pesquisa, essas estratégias provavelmente foram transmitidas de geração em geração e começaram antes que as pessoas soubessem que os germes eram realmente a causa de doenças como resfriados. "Por isso, muitos pais ainda estão usando suplementos e vitaminas que não são regulamentados pela Food and Drug Administration dos EUA. Estes são produtos que podem ser fortemente anunciados e comumente usados, mas nenhum deles demonstrou ter qualquer efeito definitivo sobre a prevenção de gripes”, explica. Segundo ele, apesar da falta de evidências, multivitaminas ou outros produtos anunciados para estimular o sistema imunológico não necessitam de comprovação para serem vendidos.

HIGIENE EM PRIMEIRO LUGAR

Por outro lado, a pesquisa revela também que quase todos os pais (99%) usam estratégias de prevenção contra o frio que são apoiadas pela ciência, como encorajar as crianças a lavar as mãos com freqüência, não colocar as mãos na boca ou no nariz e não compartilhar utensílios ou bebidas com outras pessoas. 

Além de ajudar as crianças a praticar bons hábitos de higiene, 87% dos pais mantêm as crianças longe de pessoas que já estão doentes. 64% relataram que pedem a parentes resfriados que não abracem ou beijem seus filhos, e 60% pulariam um aniversário ou atividade se outras crianças presentes estivessem doentes. Já alguns (31%) evitam playgrounds durante a temporada de frio.

Grande parte (84%) também incorporou a higienização do ambiente de seus filhos como uma estratégia para prevenir resfriados, como lavagem freqüente de superfícies domésticas e limpeza de brinquedos. "A notícia positiva é que a maioria dos pais também segue recomendações baseadas em evidências para evitar pegar ou espalhar o resfriado comum e outras doenças", diz o pediatra.

Em média, as crianças em idade escolar experimentam de três a seis resfriados por ano, com alguns durando até duas semanas. Segundo o pediatra, resfriados são causados ​​por vírus espalhados com mais frequência de pessoa para pessoa. O mecanismo mais comum é de gotículas mucosas do nariz ou da boca que são transmitidas pelo contato direto ou pelo ar - espirrando ou tossindo e tocando nas mãos e no rosto, ou em superfícies como maçanetas, torneiras, bancadas e brinquedos. 

"Quando as crianças estão doentes com um resfriado, isso afeta toda a família. O resfriado pode levar à falta de sono, ser desconfortável e fazer com que os pequenos faltem na escola e deixem de lado outras obrigações. Todos os pais querem manter as famílias o mais saudáveis ​​possível. Mas é importante que eles compreendam quais estratégias de prevenção contra o frio são baseadas em evidências”, conclui.

 



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Saude/noticia/2019/04/resfriados-metade-dos-pais-usam-metodos-que-tem-pouca-ou-nenhuma-evidencia-de-eficacia.html