Monday, April 22, 2019

Peças de brinquedos viram prótese para tartaruga, em Minas Gerais

Tartaruga ganhou novas patinhas com peças de brinquedos (Foto: Uniube)

 



A tartaruga, batizada de Michelangelo, é de uma espécie conhecida como cágado-de-barbicha. Ao vê-la machucada, a Polícia Militar Ambiental recolheu o animalzinho e o levou até o Hospital Veterinário de Uberaba, em Minas Gerais. “Ela não tinha as duas patas traseiras. É provável que tenha nascido sem elas. Então, começamos a pensar em algo para substituir a falta dessas patas”, conta o veterinário e professor universitário, Cláudio Yudi.

Mas criatividade e inovação não parecem ser um empecilho para o professor e seus alunos do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Uberaba (Uniube). A solução sugerida foi simples: o uso de peças de brinquedos resistentes para adaptar uma melhor forma de locomoção para o Michelangelo. “Isso não iria substituir as patas, mas serviria de apoio para que ele pudesse andar melhor. Adaptamos oito peças de brinquedo que foram coladas na carapaça da tartaruga. Foi um sucesso! Hoje, o animal anda muito bem. Ele consegue se movimentar com essas adaptações de rodinha”, diz Cláudio.

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Michelangelo com suas novas próteses (Foto: Uniube)

 

As próteses foram aplicadas com uma resina, mas sem prejuízos à saúde animal. “Nós utilizamos uma cola especial, usada por dentistas. Ela adapta materiais orgânicos em tecidos vivos e é bastante usada tanto em humanos como em animais", explica.

Segundo o grupo, Michelangelo respondeu muito bem à adaptação. “As tartarugas, em especial, conseguem se adaptar muito bem às próteses. Nós já temos experiências com outros animais. Entretanto, ela não vai poder voltar à natureza, porque não tem as duas patas, o que vai dificultar o nado e a mudança do ambiente - da água para terra e vice-versa. Então, ela ficará conosco para estudos e novas adaptações no hospital”, finaliza.

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Mas a tartaruga Michelangelo não é a primeira a receber uma prótese criativa pelo Hospital. Foram, ao todo, oito animais atendidos: aves carcarás, jabutis, cágado, lobo guará e, até mesmo, coruja. “Nós sempre tentamos aliar novas tecnologias à simplicidade. Além disso, temos a participação ativa dos alunos, que também opinam sobrem o trabalho”, finaliza.

Equipe já adaptou próteses para outros animais (Foto: Uniube)

 

 



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