Quando soube dos testes clínicos da vacina contra a covid-19 em crianças, Clara Maria, 11, não hesitou e logo decidiu participar. A mãe da menina, a publicitária Lorena Dantas, 37, chegou a perguntar se a filha tinha certeza e recebeu a seguinte resposta: "Sim, mãe, eu vou ter a oportunidade de me vacinar e estarei ajudando a pesquisa". A estudante, que está na sexta série, se cadastrou para participar dos estudos do Centro de Pesquisas Clínicas de Natal (RN) (CPClin).
A instituição está realizando o pré-cadastro de voluntários para os próximos estudos com vacinas contra a covid-19 para crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos. O centro ainda aguarda a autorização das agências regulatórias para iniciar os testes. No entanto, os interessados já podem se inscrever por meio deste link. Segundo o site do CPClin, as pessoas pré-cadastradas terão prioridade de contato e verificação dos requisitos de elegibilidade para participar dos estudos.
Lorena diz que ainda não recebeu as informações sobre quando serão os testes, nem soube se se a filha foi selecionada, porém, considera que já deu um primeiro passo para ajudar a ciência. "Eu acredito, realmente, que vai dar certo. Se ela puder ser instrumento para isso e puder ser vacinada, perfeito! É uma forma de ajudar a vacina a chegar até outras crianças também", diz Lorena.
A mãe diz que consultou a família sobre a participação da filha nos testes clínicos e recebeu apoio de todos, principalmente de seu pai, Edimar Medeiros, que foi voluntário nos testes da vacina de Oxford/AstraZeneca. "Enquanto médico, meu pai é muito consciente nesse sentido. Quando ele foi voluntário, nós o acompanhamos, porque tínhamos que ficar alertas aos sintomas", diz Lorena. Agora, a família que a pequena Clara logo seja vacinada. " Em nenhum momento penso que pode dar errado", afirma a mãe.
CRESCER entrou em contato com o CPClin para obter mais informações sobre os testes, mas o centro não quis se pronunciar, devido a um acordo de confidencialidade com relação ao estudo.
VACINA PARA CRIANÇAS
Recentemente, foi anunciado que a vacina de Oxford AstraZeneca contra o coronavírus será testada em crianças de 6 anos. Os pesquisadores devem testar a vacina em 300 crianças voluntárias com idade entre 6 e 17 anos. O ensaio clínico avaliará se a vacina - conhecida como vacina ChAdOx1 nCoV-19 - produzirá uma forte resposta imunológica em crianças nessa faixa etária. A vacina da Oxford é uma da duas aprovados para uso em adultos no Brasil, junto com a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantã em parceria com o laboratório Sinovac.
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