Um alerta da Polícia Civil de Santa Catarina chamou a atenção de pais de crianças e adolescentes nos últimos dias. Especialistas em monitoramento rastrearam perfis com o nome de Jonathan Galindo – com fotos de um homem que se parecem o personagem ‘Pateta’, da Disney – e identificaram conteúdo de terror e mensagens que podem induzir ao suicídio.
Segundo as investigações, as primeiras páginas com o nome de Jonathan Galindo surgiram em 2017, no México, mas já há registro de páginas no Brasil. Apesar de não haverem ainda Boletins de Ocorrência registrados em Santa Catarina, a polícia achou melhor agir preventivamente e avisar aos pais sobre o risco de conversas privadas entre jovens e o suspeito por trás dessas páginas.
Mas como proteger seus filhos de perfis como esse?
“O número de crianças e adolescentes com acesso à internet, sozinhos em um computador ou outro dispositivo, cresceu muito durante a pandemia, até por causa das aulas virtuais. Por isso o primeiro caminho para prevenir nossos filhos da violência através da web é o diálogo franco e aberto. É preciso falar sobre os riscos, sobre os perigos da internet. Temos que preparar nossas crianças e jovens para essa que já é uma realidade. Costumo dizer que deixar uma criança sozinha, sem supervisão e orientação na internet é o mesmo que abandoná-la em uma rua sozinha à noite”, diz a delegada Patrícia Zimmermann D'Ávila, coordenadora das Delegacias de Proteção à Criança, ao Adolescente, Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Santa Catarina.
Outra dica importante dada pela especialista é acolher e proteger os menores. “Muitas vezes a criança ou jovem não conta o que se passa porque tem medo do puxão de orelha. É importante que os pais se posicionem como protetores, para que os pequenos confiem e contem o que acontece a eles”, afirma.
O acompanhamento constante do que acontece com as crianças na internet – ainda que à revelia e sob reclamações – também é fundamental, segundo explica a delegada. “Os pais precisam ter as senhas de acesso aos perfis dos filhos e aos dispositivos. Isso é importante inclusive quando se precisa iniciar uma investigação policial. Às vezes, os pais vêm fazer uma denúncia, mas nós perdemos um tempo precioso na apuração porque eles não têm ideia das senhas usadas por seus filhos”, explica.
Plataformas infantis e apoio aos pais
O Facebook, uma das redes sociais em que o "Homem Pateta" parece atuar, possui um portal para ajudar pais e mães a garantia uma navegação segura para seus filhos. Lá é possível encontrar dicas e a política de combate à violência virtual da empresa.
O YouTube oferece um canal só para os pequenos, o YouTube Kids. Da mesma forma, o Google também tem o Kindle, que funciona de maneira idêntica ao buscador, mas com filtragem de conteúdo impróprio para crianças. É possível, ainda, utilizar o filtro de pesquisa SafeSearch, disponível nas configurações do Google. Essas ferramentas também estão disponíveis no celular e, quando ativadas, minimizam as chances das crianças entrarem em contato com o conteúdo adulto.
A ONG Safernet, que atua no combate aos crimes virtuais, também possui um serviço de orientação sobre crimes e violações dos Direitos Humanos na internet. É possível pedir ajuda de forma anônima e fazer denúncias.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Seguranca/noticia/2020/06/homem-pateta-veja-dicas-para-proteger-seus-filhos-de-perfis-falsos-que-incitam-violencia-na-web.html