“Desde a chegada do irmão, minha filha chora por tudo e faz birra. Já tentamos conversar com ela sobre o assunto, mas não adiantou. O que eu faço?”
Juliana Torquato, mãe de Clara, 3 anos e Lucca, 1 ano.
COMO OUTROS PAIS LIDARAM COM ISSO
Participação essencial
A dinâmica começou a funcionar aqui em casa a partir do momento em que coloquei o meu filho mais velho para participar dos cuidados com a irmã. Quando eu dava banho, ele escolhia a roupa. Quando eu trocava a fralda, pedia para ele ajudar com o lencinho. Passei a elogiar e agradecer a ajuda dele, que começou a perceber que era parte importante nos cuidados com a irmã.
Danielle Melo Moreira, mãe de Luiz Guilherme, 10 anos, e Emmanuelle, 5 anos.
Somar e não dividir
Explique que ninguém substitui ninguém e que chegou mais uma pessoa na família para aumentar o amor. Fiz a comparação com um brinquedo: quando você ganha um novo, continua gostando dos outros do mesmo jeito.
Thaís Soares Teixeira, mãe de Pedro, 4 anos, e Marina, 1 mês.
Faz parte do processo
Descobri que o segredo é aceitar que o ciúme é normal e é melhor não tentar evitá-lo. Em vez disso, apoiei o mais velho no que ele precisou. Porque esse é um processo que ele teve de viver para poder aceitar a chegada do irmão.
Adriana Yumi Ito Cinagava, mãe de César, 4 anos, e Vítor, 2 anos.
Vínculo desde a barriga
Procurei fazer com que o meu filho mais velho tivesse um bom relacionamento com o mais novo desde a gravidez. Acho que tudo se resolve com carinho, amor e atenção! Aproximar os dois também é fundamental.
Leydjane Delmondes, mãe de Eduardo, 12 anos, Tarciso, 9, e Ulisses, 6.
+ Meu filho faz birra por ciúmes do irmão mais novo. O que fazer?
PALAVRA DE ESPECIALISTA
Viva a harmonia da casa
Com a chegada de um irmão, é esperado que o filho mais velho tenha ciúmes por não ser mais o centro das atenções. Portanto, é natural que sua filha verbalize ou demonstre isso de alguma forma. Nesse momento, o papel do pai é acolher a primogênita, enquanto você dedica mais tempo ao menor, muito em função da amamentação. Perde-se por um lado, mas ganha-se por outro: a pequena terá mais autonomia e tempo com outros membros da família, por exemplo.
Além disso, os pais precisam entender que amor e ódio são faces da mesma moeda, e mesmo que haja momentos de muita raiva, logo haverá os de grande carinho. Comparações e ciúmes existirão pelo resto da vida. O importante é demonstrar afeto e tentar administrar os conflitos sempre com diálogos positivos como, por exemplo, dizer que ela será sempre a mais velha e terá um irmão para quem ensinará muitas coisas. Também não esqueça de incluí-la nas tarefas da casa e nos cuidados com o bebê, para que se sinta importante e fazendo parte de todo o processo. Os pais não devem se culpar ou amenizar a experiência, que é natural, nem bajular a criança para evitar que sinta ciúmes. Uma postura livre de culpa e cheia de empatia fará com que sua filha se adapte rápido à nova configuração familiar.
Vera Zimmermann, psicanalista e especialista em terapêuticas da infância e adolescência (SP).
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Funcionou-comigo/noticia/2019/04/minha-filha-faz-birra-por-ciume-do-irmao-o-que-eu-faco.html
