Monday, March 23, 2020

Coronavírus: Para tentar desafogar hospitais, médicos se disponibilizam para tirar dúvidas online gratuitamente

A obstetra Camila Escudeiro se disponibilizou a responder dúvidas das pessoas sem custo (Foto: Arquivo pessoal)

 

O coronavírus tem assustado muita gente e mudando a rotina das famílias, mas também não é preciso tanto esforço para enxergar também o que a pandemia trouxe de positivo. Alguns gestos de solidariedade se multiplicaram nos últimos dias, como artistas fazendo lives e contando histórias para distrair as crianças e facilitar o trabalho dos pais em home office, pessoas mais jovens se oferecendo para fazer compras para os vizinhos idosos, que são grupo de risco e não podem sair de casa, e, agora, médicos se disponibilizando para tirar dúvidas online, na tentativa de diminuir as idas aos pronto-socorros e hospitais, que trabalham a todo o vapor para tentar atender à demanda aumentada por causa do Covid-19.

Mensagem compartilhada por médicos nas redes sociais (Foto: Reprodução/Facebook)

 

Vários médicos estão postando o seguinte texto em seus perfis nas redes sociais: "Olá a todos. Sou médico. Se alguém tiver alguma dúvida em relação ao Coronavírus (Covid-19), que possa ser resolvida sem precisar se dirigir a um Pronto-Socorro ou Emergência de Hospitais, poderá me consultar SEM CUSTO por mensagem, no particular. Esta é uma iniciativa de profissionais da saúde para evitar saturar nosso sistema. Fiquem em casa! Cuidemos da saúde de todos! Vamos colaborar! Vamos todos cuidar de nós mesmos!". 

Uma delas é a obstetra Camila Escudeiro, de São Paulo (SP). "Tenho uma doença renal crônica e faço parte do grupo de risco. Então, estou em casa, mas fiquei chateada de saber que meus colegas e amigos estavam na linha de frente e eu não poderia estar lá com eles para ajudar", explicou ela, em entrevista a CRESCER.  "Nesse momento, todos devemos unir forças e ajudar ao próximo. Foi quando tive a ideia de avisar aqui no prédio que eu estava em casa e estava disponível para ajudar. Logo, já fui acionada por uma vizinha e pude ajudar. Vi, então, que eu poderia fazer a minha parte daqui de casa também. Comecei a passar para as pessoas mais próximas essa informação. Aí, vi a campanha e imediatamente publiquei nas minhas redes sociais. É meu dever e meu querer servir da maneira que eu posso", explicou. Camila conta que já recebeu mensagens e até ligações de algumas pessoas, que conseguiu ajudar. 

A pediatra Silvia Gioielli também entrou na corrente, lançada por profissionais de saúde (Foto: Arquivo pessoal)

 

A pediatra Silvia Mattoso Gioielli também entrou na corrente. "É uma forma de colaborar à distância. Os pronto-socorros estão voltados ao atendimento de casos mais graves e, desse jeito, conseguimos resolver coisas mais simples, sem que a pessoa precise se deslocar. Dá para descrever o sintomático, acompanhar uma febre...", conta. "Além disso, é uma forma de  manter a rotina, de me sentir útil de alguma forma, já que não estou trabalhando em pronto-socorro. Assim, eles desafogam e atendem só o que for extreamemente necessário", diz. Ela diz que também já recebeu mensagens, pedindo ajuda. "As pessoas buscam notícias na internet, que nem sempre estão corretas. Isso ajuda a esclarecer também", ressalta. "Com WhatsApp fica mais fácil, dá para mandar áudio e até fazer chamada por vídeo, se necessário", finaliza. 

 

 

 

 



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