O pequeno Pedro Henrique, 6, sempre brincou na praça em frente à sua casa, no Jardim Casqueiro, Cubatão (SP). No entanto, no último dia 19 de julho, o que era para ser um dia divertido terminou no hospital. Após sair com a sua mãe Thaisla dos Santos Lisboa e os irmãos Ana Luiza, 12, e Braian, 9 para brincar, o menino foi atingido por um balanço de ferro e quebrou as duas pernas. Segundo o pai Pedro Henrique Santana da Silva, 40, o brinquedo foi instalado para crianças com deficiência.
"Foi tudo muito rápido. Meu filho passou em frente ao balanço, enquanto alguém estava empurrando, e o brinquedo bateu na perna dele", relata o operador de máquinas à CRESCER. Agonizando de dor, a criança foi encaminhada para uma Unidade de Pronto Atendimento, mas, de acordo com o pai, ela não foi atendida. "Não ofereceram nenhum suporte para gente, nem mesmo uma ambulância. Só disseram que não tinha como tratar meu filho e nos mandaram procurar por conta própria um outro hospital".
A família só foi atendida na Santa Casa, de Santos. Lá, os médicos imobilizaram o menino e no raio X descobriram que ele tinha quebrado as duas pernas, o que o deixou sem locomoção. Após uma semana internado, Pedro saiu do hospital de cadeira de rodas. A previsão é que seu gesso seja retirado de três a quatro meses.
Para o pai, um dos principais desafios é continuar o tratamento do filho. "Todas às quintas-feiras, nós precisamos retornar ao médico, em Santos. Neste dia, preciso faltar no trabalho. Queríamos ter um suporte maior da prefeitura, pelo menos para levá-lo ao hospital", diz Pedro.
O operador de máquinas conta que o brinquedo foi instalado há um ano e já recebeu outras reclamações. "Sempre vemos crianças, que não têm deficiência, brincando nesse balanço. O ideal seria ter uma espécie de 'chiqueirinho' em volta do brinquedo para impedir que ele balance e atinja as crianças. O pai também reclama que não havia nenhuma placa indicando que o brinquedo era destinado para crianças com deficiência. Segundo o Diário do Litoral, veículo local, na data da inauguração do brinquedo, havia uma placa sinalizando o uso para cadeirantes, mas ela foi retirada.
PREFEITURA
Procurada pela CRESCER, a Prefeitura de Cubatão-SP enviou a seguinte nota:
De acordo com a Secretaria de Manutenção e Conservação de Próprios Públicos o brinquedo está bem instalado, em perfeitas condições de uso. Tem todos os requisitos de segurança, inclusive trava de segurança e manutenção em dia. O que ocorreu, segundo a Secretaria, foi uma fatalidade.
A Secretaria de Saúde de Cubatão informa que a criança deu entrada na UPA do Jardim Casqueiro onde recebeu o primeiro atendimento médico. Como o caso era grave, o menino precisava ser transferido com urgência para uma unidade de referência por meio dos Sistema CROSS (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde). Nesta situação, segundo a SMS, o protocolo de autorização do CROSS demora cerca de meia hora. Depois, disso, a criança seria levada de ambulância para o hospital designado. Porém, os pais da criança optaram por não aguardar a autorização e levaram o paciente por meios próprios para a Santa Casa de Santos.
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