A carioca Anna Manuela Gomes, 36, não esperava que passaria cinco anos tentando engravidar de seu segundo filho. "Minha primeira gestação foi bem tranquila, não estávamos esperando para aquele momento, mas aconteceu", diz a empresária. Com 24 anos, ela engravidou do Pedro, 11, em seu primeiro relacionamento. Um ano depois, Anna se separou e quando seu filho estava com seis anos conheceu seu atual marido Rogério Leal.
Com oito meses de relacionamento, o casal começou a pensar em ter um bebê. Rogério não tinha filhos, mas nutria um desejo muito grande de ser pai. Apesar disso, o caminho para uma segunda gestação não foi tão fácil. Mesmo após vários anos tentando e três tentativas de fertilização, Anna não conseguia engravidar. "Além da frustração, gastamos muito dinheiro. Era como se tivéssemos jogado tudo fora". No entanto, esse momento difícil acabou passando. Em 2019, a empresário engravidou naturalmente da Maria, hoje com um mês.
Em entrevista à CRESCER, Anna conta como foi seu difícil processo de engravidar e também como passou sua gestação em plena pandemia do coronavírus. Seu relato será exibido no programa Boas Vindas, do Canal GNT, parceiro da CRESCER. A nova temporada já está no ar todas as sexta-feiras.
Eu fui casada por nove anos e tive o Pedro quando estava com 24 anos. Não foi planejado. Nós estávamos reformando o apartamento e acabei engravidando no meio da obra. Foi uma gestação muito tranquila. Toda a família ficou muito empolgada, porque era o primeiro neto, o primeiro bisneto, o primeiro sobrinho. Abriu a porteira! Um ano depois, me separei, mas foi tudo muito tranquilo.
Na semana em que o Pedro fez 6 anos, conheci o Rogério. Ele também vinha de uma separação, casado há 12 anos, mas não teve filhos. Logo que a gente se conheceu, o Rogério me disse que tinha muita vontade de ser pai. No início, não era uma vontade minha, já estava bem resolvida com o Pedro! Mas, ele falava muito sobre esse assunto.
Pouco tempo depois, minha irmã Anna Vitória engravidou do João Felipe [hoje com 4 anos]. Como minha irmã é muito grudada comigo, meu marido vivenciou bastante essa gravidez. O João ficava muito tempo com a gente, então a vontade do Rogério cresceu ainda mais e ele me convenceu. Começamos a tentar. O tempo passou e nada! Após dois anos, decidimos procurar uma clínica de fertilização.
INVESTIMENTO EM UM SONHO
Minha obstetra chegou a dizer que era uma decisão precipitada, já que eu era nova. Mas, batemos o pé que queríamos fazer. A primeira tentativa de fertilização foi em 2017. Após a fecundação, nós conseguimos três embriões, aparentemente bons, para a transferência para o útero. Mas depois os médicos constataram que eles tinham problemas genéticos e não poderiam ser transferidos. Foi uma surpresa, ficamos muito chateados!
Um ano depois, decidimos tentar novamente. Dessa vez, com um novo médico. Fizemos o processo de fecundação novamente, porém nenhum embrião chegou ao quinto dia de desenvolvimento. Após dois meses, tentamos novamente e tivemos mais uma frustração.
O médico nos chamou e nos explicou que eu poderia ter uma infertilidade sem causa aparente, já que eu não tinha nenhum problema. Ele disse que não iríamos conseguir e que seria melhor recorrermos a uma doação de óvulos. Eu não estava preparada para esse processo, ainda mais porque já tinha a frustração de não ter conseguido e ainda ter gastado muito dinheiro com o tratamento. Cada tentativa custa por volta de R$ 30 mil. Ficamos muito abalados. Pensei que poderia pegar os óvulos da minha irmã, mas a legislação não permite.
A SURPRESA: 3 TESTES E UM SALTO DA CAMA
Resolvemos dar uma pausa nesse assunto. Surgiu, então, a oportunidade de viajarmos para um casamento em Fernando de Noronha. Nós ficamos muito empolgados, fomos e relaxamos muito! Na volta, 10 dias depois, minha menstruação atrasou. Eu tinha um ciclo muito certinho, mas mesmo assim não desconfiei. Só quando estava com cinco dias atrasada, resolvi fazer um teste de gravidez. Não contei para ninguém.
Eu estava tão sem esperanças, que comprei o teste mais barato. Só queria fazer por desencargo. Quando fiz, apareceram dois tracinhos, um bem fraquinho. Liguei para minha irmã desesperada. Ela disse para eu comprar um teste melhor. Fiz o segundo teste e deu "grávida". Nesse dia, eu ainda fui fazer o exame de sangue para ter certeza. Mas, não tinha dúvidas, eu já estava muito grávida.
Coloquei todos os exames em um saco para presente e dei para o meu marido. Na hora, ele ainda falou: "Nossa, quem estava grávida?". Quando eu falei que eu estava grávida, ele deu um salto da cama. Só ouvi: "você está de brincadeira". Foram cinco minutos para assimilar a notícia.
GRÁVIDA NA PANDEMIA
Minha gestação foi bem tranquila, sem complicações, não tive enjoos. Tudo certo, se não fosse uma pandemia no meio caminho. Eu passei metade da minha gravidez na pandemia. Bem no início, quando o coronavírus ainda não era considerado uma pandemia, nós tínhamos viajado para Miami (EUA) para fazer o enxoval do bebê. Nós íamos ficar 15 dias lá, mas no sétimo dia, meu marido cismou que queria embora, ele tinha visto várias notícias que países estavam cancelando voos. Eu bati o pé, falei que não seria tão grave! Não tinha comprado tudo ainda. Mas, não teve jeito, embarcarmos mesmo assim.
Quando aterrissamos, a companhia anunciou que aquele era o penúltimo voo de Miami para o Rio de Janeiro. Fiquei em choque. Eu já estava de 23 semanas, me tranquei em casa em quarentena, nós não saímos para nada, uma amiga que fazia compras para gente. Eu só saia para fazer os exames e mesmo assim não fiz alguns. Tudo que eu tinha planejado não consegui fazer, meu chá de bebê foi online e recebi as fraldas aqui em casa.
A Maria nasceu com 39 semanas por meio de uma cesárea no dia 6 de julho. Eu já estava bem ansiosa e com muita expectativa. Hoje, estamos em casa, ela é uma bebê super tranquila. Agora, é só esperar essa pandemia passar.
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