Já é sabido que o peso da gestante tem grande influência sobre o peso do filho. “Inúmeros trabalhos mostram que engordar acima do recomendável na gravidez [de 9 a 15 kg] pode desencadear o aumento de células de gordura também no feto a partir da 28ª semana de gestação”, alerta a ginecologista e obstetra Maria Elisa Noriler, responsável pelo setor de Ginecologia Endócrina Infantopuberal e Climatério, do Hospital Municipal Maternidade Escola de Vila Nova Cachoeirinha (SP).
Na prática, ao ganhar peso além do que é considerado saudável, os hormônios fazem com que o organismo do bebê já entenda que ele também deve armazenar energia e gordura. Foi o que aconteceu com a dona de casa Tabata Pagnan, 27, que engordou 40 kg na gestação. O filho, Clarck Gabriel, 7 anos, nasceu com 4.365 kg e, antes dos 3 anos, já estava obeso. “Sou obesa, minha mãe e irmã sofrem com o mesmo problema e a família do pai do Clarck também”, diz.
Há cerca de um ano, o quadro do menino passou a ser preocupante – seus exames estavam bem alterados. Clarck passou por uma reeducação alimentar e afinou 6 kg em três meses. Tabata revela que, mesmo sabendo dos riscos do excesso de peso, não conseguiu se controlar na gravidez.
+ Seu filho está acima do peso?
Ela não é a única. A pesquisa “Como vai a alimentação das gestantes brasileiras? A mãe moderna e o desafio da nutrição equilibrada”, feita pelo Ibope com 500 grávidas, mostrou que, embora a alimentação seja a principal preocupação delas, as futuras mães admitem que não conseguem seguir o cardápio ideal. Ainda assim, 77% incluíram mais frutas e verduras na alimentação, 44% reduziram o consumo de açúcar e 31% aumentaram a quantidade de alimentos integrais. Além disso, acrescentar peixes ao prato também é importante para evitar o excesso de peso. Eles são fontes de DHA, um ácido graxo do tipo ômega 3 que tem influência direta na diminuição do índice de gordura, ou seja, auxilia na prevenção da obesidade.
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