Paçoquinha era a guloseima que eu comprava na saída da escola em dias especiais. E para sempre vai ter esse gosto particular. Mesmo hoje, quando eu descobri que posso facilmente prepará-la em casa, seguindo as instruções do caderno de receitas da minha bisavó Maria, para servir ao meu filho. Na verdade, assim, o doce só ficou ainda mais extraordinário. Ganhou outra camada de histórias. E já tinha tantas!
A paçoquinha é uma receita típica das festas juninas, mas o amendoim, originário da América do Sul, era cultivado no continente bem antes da chegada dos portugueses e de suas celebrações para os santos católicos.
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Os europeus colocaram açúcar na paçoca indígena: o nome paçoca vem do tupi pa’soka, que remete a socar ou esmigalhar. Ele não se refere só ao amendoim amassado, mas a outros preparos pilados, como o de farinha de mandioca com carne. Foram também os europeus que levaram essa leguminosa (sim, ela é parente dos feijões e das ervilhas) a outros continentes, onde ela se tornaria parte de comidas tradicionais de diversos países.
Mas a paçoca é nossa. E esta receita é mais especificamente da minha bisavó, grande cozinheira caipira, que alimentou uma boa porção das minhas lembranças de férias no sítio.
Segundo Fernanda Mariz, nutricionista materno-infantil da Casa Curumim (SP), o doce é adequado para crianças a partir dos 2 anos, por conter açúcar. Ela também recomenda comprar amendoim com o selo “Qualidade Certificada Pró Amendoim – Abicab”, que monitora a presença de aflatoxina (substância liberada por fungos) nos alimentos.
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Receita: Rende 12 PAÇOQUINHAS
Ingredientes
½ xícara (chá) de farinha de mandioca
250 g de amendoim torrado sem pele e sem sal
4 colheres (sopa) de açúcar
1 pitada de sal
Modo de fazer
Toste a farinha de mandioca em uma frigideira. Moa bem o amendoim no processador, no liquidificador ou em um pilão. Junte todos os ingredientes e amasse com as mãos, formando uma massa oleosa. Molde a paçoca com uma fôrma de aro metálico ou com um cortador de biscoito. Coloque a massa dentro da fôrma, amassando para firmar direito. Depois, retire-a com delicadeza. Você pode guardar o doce em um pote devidamente tampado e consumir essa delícia, de preferência, em até cinco dias.
Mariana Weber é jornalista, mãe de Pedro, 6 anos, e autora do blog O caderno de receitas.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Colunistas/Culinaria-Mariana-Weber/noticia/2019/06/sabor-de-arraia-aprenda-fazer-pacoquinha-em-casa.html