Friday, October 5, 2018

Festa do pijama: desafios e aprendizado

Festa do pijama (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Virou uma febre. Pelo menos no círculo de amizades da minha filha. “Festa do pijama” é disparado o assunto mais comentado nas rodinhas de pais, mães e crianças. Não vou resistir e vou apelar pro termo da moda em inglês: “Trending topics” da galera de Juju, sem dúvida!
“Quando vai ser a sua?”, “10 crianças vão dormir lá em casa”, “Sua filha dorme? Não? Ih, a minha dorme sempre”. Semanalmente, ouço sobre isso. Julia mesmo já fez a dela. Na época, umas 15 crianças dormiram lá em casa. Farra boa! E ela adorou!

Pra quem não conhece, funciona assim: entre 5 e 15 crianças mais ou menos (depende do tamanho da festa) são convidadas a ir no aniversário do amigo. Geralmente é na casa do aniversariante, mas pode ser até em hotel, como aconteceu no último fim de semana. Aliás, essa foi especial pra Juju... ainda conto sobre ela aqui.

Então, as crianças vão para uma festa que, pelo tempo de duração, pode ser comparada a uma rave, por que não? Pelo menos no quesito duração. Entrada: 18h, saída: 10h do dia seguinte. É isso mesmo! 16 horas de festa! Galerinha da pesada essa com 5, 6, 7 anos de idade... Os pais do aniversariante preparam várias atrações para a noite, como normalmente acontece nas festas convencionais. Depois tem jantar, banho (o que não chega a ser fácil, mas pode ser divertido!), filminho com pipoca pra relaxar... E aí chega o grande momento: dormir!

Esse é um capítulo à parte. No caso de Juju, ainda meio tenso. Assim como outras crianças da sua idade, ela ainda não se acostumou a dormir fora de casa. Não gosta, não fica à vontade. Com exceção da casa dos avós ou da dinda, ela não fica ( ou seria “não ficava”?). O que considero completamente normal pra uma menina de 6 anos. Demorei a gostar de dormir na casa dos meus amigos também. O problema é que com a propagação da “festa do pijama”, o papo virou rotina entre seus amigos. E aí, a cada convite para uma festa do pijama, sinto Julia um pouco apreensiva. O negócio virou uma questão pra ela. E claro que, eu como pai, sofro junto. Difícil saber como lidar: dizer que ela faz o que quer, que eu a busco a hora que ela quiser (como já fiz várias vezes), que não tem problema ela não dormir? Ou forçar um pouco a barra pra que ela ganhe confiança e supere uma dificuldade como essa que aparece pela frente? Tento seguir um pouco de como eram meus pais comigo. Não sei se tem certo ou errado na educação dos nossos filhos. Tem o que nós pais achamos que é o correto. E, nesses casos, dou sempre voz a Juju, deixando ela escolher. O discurso normalmente é: “Vai à festa e lá você resolve se vai dormir ou não. Te pego a hora que você quiser”

O que poderia ser um “vale-night “ (pais e mães me entenderão e sabem da sua importância de vez em quando), vira um “vale-tensão”. Como falei, no último fim de semana, a festa do pijama da vez foi num hotel.

Desde cedo ela já estava nervosa. Não queria ir porque achava que não dormiria. Consegui convencê-la dizendo que ela podia me ligar a qualquer hora. Estava trabalhando, fui tomar umas cervejas com uns amigos, em estado de alerta, confesso! Sabendo que a qualquer momento o telefone poderia tocar ou uma mensagem poderia pintar como em outras vezes: “Oi Bruno, Julia quer ir embora” E isso já aconteceu às 23h, meia noite, madrugada... Nesse dia, não! Eu vinha falando direto com a mãe da aniversariante e por volta de 23:30, ela me disse que Julia estava tranquila dizendo que ficaria. Uma hora depois, a mensagem inédita: “Julia dormiu”. A melhor frase que li nos últimos tempos! Tinha certeza do quão orgulhosa ela se sentiria com isso. Quebrou uma barreira, superou um obstáculo! Certamente é algo inesquecível, pelo menos pra mim!

No dia seguinte fui lá, feliz da vida! E ela, num tom bem blasé, com sua marra mais charmosa do mundo me disse: “Agora você compra um presente pra mim porque eu dormi na festa. Se não comprar, não durmo mais.” Oi? Como assim? Claro que ela já ia ganhar e ganhou! E claro que ela estava felicíssima com sua conquista !Ficou quase dois dias pra se recuperar do cansaço. Afinal, segundo ela, quase não dormiu. Virava de um lado pro outro querendo um braço pra dormir. Isso já foi até tema de coluna por aqui. Sei que essa quase dependência do braço pra dormir vai acabar. E com certeza vou sentir mais falta disso do que ela.



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Colunistas/Bruno-Cortes/noticia/2018/10/festa-do-pijama-desafios-e-aprendizado.html

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