Mais um estudo reafirmou a hipótese de que as crianças têm um papel menos importante na pandemia de coronavírus. Desta vez, segundo Reuters, uma análise conduzida pelo presidente do Royal College of Paediatrics and Child Health da Grã-Bretanha, Russell Viner, afirma que os pequenos têm 44% menos chances de contrair covid, se comparado aos adultos.
“Nesta revisão sistemática e meta-análise, incluindo 32 estudos, crianças e adolescentes com menos de 20 anos tiveram 44% menos chances de infecção secundária com SARS-CoV-2 em comparação com adultos de 20 anos ou mais”, afirma a análise.
A análise apontou ainda a idade que parece ter menos chance de contrair o vírus. “Há evidências preliminares de que crianças de 10 a 14 anos têm menor suscetibilidade à infecção por SARS-CoV-2 do que adultos, com adolescentes parecendo ter suscetibilidade semelhante à dos adultos”, diz.
SISTEMA IMUNOLÓGICO MAIS "EFICIENTE"
Um outro estudo realizado pela Universidade de Yale ajuda a explicar por que a evolução da doença tende a ser muito pior nos mais velhos. Depois de examinar amostras de sangue de crianças, adolescentes e adultos com covid-19, os pesquisadores descobriram que os mais jovens têm níveis mais elevados que os adultos de duas moléculas - interleucina 17A (IL-17A), que ajuda a mobilizar a resposta do organismo durante a infecção inicial, e interferão-gama (IFN-γ), que combate a replicação viral. Portanto, os cientistas acreditam que a quantidade maior dessas moléculas no começo da infecção é um fator relevante em quadros leves da doença.
Os resultados demonstram que o sistema imunológico das crianças não age de maneira mais leve que o dos adultos contra a covid-19, mas escolhe mecanismos diferentes e mais eficientes de defesa. Os cientistas ainda não sabem como estimular a produção específica das moléculas IL-17A e IFN-γ, mas acreditam que a identificação de sua atuação contra a covid-19 é o primeiro passo.
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