Tuesday, January 7, 2020

"Nem tudo que colocamos à mesa nutre nosso filhos", diz Lázaro Ramos

Nem tudo que colocamos à mesa nutre nossos filhos (Foto: Getty Images)


 

 

Queridos leitores da CRESCER: como alguns de vocês sabem, há uma década eu sou embaixador do Unicef. Ocupar esse cargo me enche de orgulho, ao mesmo tempo em que me faz ficar alerta sobre o que queremos para o futuro de nossos filhos. E também sobre como andam nossas crianças e os problemas reais dos pequenos brasileiros. A gente sabe que a falta de alimentos é um problema do nosso país. Mas será que já paramos para pensar que nem tudo que colocamos à mesa nutre nossos filhos corretamente?

Os dados que trago não nos enche de esperança, já que uma em cada três crianças no Brasil está desnutrida. Esse número fica ainda pior com crianças de até 2 anos. Nesse caso, duas a cada três consomem dietas de baixo valor nutricional. Tudo isso, lado a lado de outro número devastador: o sobrepeso e a obesidade infantil também cresceram. A regra é simples. Muitos de nossos filhos estão desnutridos, com anemia e falta de vitaminas essenciais, mesmo que pareçam saudáveis.

As razões são muitas, mas há uma que nós podemos evitar – os alimentos ultraprocessados. Uma em cada três crianças de 5 a 9 anos tem excesso de peso, 17,1% dos adolescentes estão com sobrepeso e 8,4% são obesos. Até aí, nem parece novidade. Mas eis outro problema. As escolas brasileiras são consideradas um ambiente ruim quando o quesito é alimentação, visto que a grande maioria oferece basicamente lanches de baixo teor de nutrientes e alta quantidade de açúcar, gordura e sódio.

Todos esses dados são do relatório Situação Mundial da Infância 2019. A diretora executiva do Unicef, Henrietta Fore, me contou um pouco sobre essas informações: “Apesar de todos os avanços tecnológicos, culturais e sociais das últimas décadas, perdemos de vista este fato mais básico: se as crianças comem mal, elas vivem mal. Milhões de crianças subsistem com uma dieta não saudável porque não têm uma escolha melhor. A maneira como entendemos a desnutrição e reagimos a ela precisa mudar. Não se trata apenas de levar para as crianças o suficiente para comer. Trata-se, sobretudo, de oferecer o alimento certo a elas. Esse é o nosso desafio comum hoje”.

Sendo assim, não basta discutir a educação nas escolas, é preciso cobrar medidas que melhorem a alimentação das crianças que, somente bem nutridas, podem aprender com toda a energia que merecem. Para lidar com essa crescente crise de desnutrição em todas as suas formas, nós, do Unicef, pedimos aos governos, setor privado, doadores, famílias e empresas, que ajudem as crianças a crescerem saudáveis.

E, claro, como pais, devemos ensinar os pequenos, desde cedo, a gostar de alimentos saudáveis – tantas vezes mais baratos que os processados – para que cresçam nutridos e tenham, além do prazer, o poder de comer bem.
Vamos juntos nessa?

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Lázaro Ramos é ator, apresentador, diretor e escritor, casado com a atriz Taís Araújo e pai de João Vicente, 5 anos, e Maria Antônia, 2. (Foto: Bob Wolfenson)

 

 

 

 

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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Colunistas/Lazaro-Ramos-Em-construcao/noticia/2020/01/nem-tudo-que-colocamos-mesa-nutre-nosso-filhos-diz-lazaro-ramos.html

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