O mundo fala de diversidade. Clama por se atender às individualidades. Bandeiras são levantadas em defesa das minorias. E cada vez mais gente adere a ondas de inclusão para tantos grupos que viviam à margem, a despeito de uma massa de conservadores que saíram do armário. Nunca tanta gente bradou aos sete mares que é preciso respeitar todo e qualquer ser humano. Mas, ainda assim, aceitamos mesmo as diferenças? Não. Mas, otimista que sou, ouso dizer: estamos aprendendo.
Quantas famílias criam dívidas para comprar de roupas a carros da moda? Quantos pais se vangloriam da alta mensalidade que pagam pelas escolas dos filhos? Quantas crianças se sentem mais aceitas num grupo por terem um tênis da Nike ou um iPhone? Quantos alunos se sentem menores por serem tímidos ou por não terem ido à Disney? O que estamos fazendo com nossas crianças?
Sim, queremos o padrão. Mas queremos ser um padrão com estilo. Com crianças que sejam populares, excelentes alunos, saibam se expressar, tenham mil amigos e ainda sejam do time da escola. Sim, queremos que estudem duas horas por dia por conta própria, leiam livros antes de dormir e que, pelo amor, saibam se posicionar sobre assuntos da atualidade. Temos projetos do nosso ego, não filhos.
É nesse mundo que estão as pessoas com deficiência. Como é difícil se encaixar nesse universo! Não à toa, o telefone não toca no fim de semana...
Sim, defendemos as diferenças no nosso Facebook. Mas, na prática, promovemos exclusões diárias. Inclusive com nossos filhos. Pois, muitas vezes, não os aceitamos como verdadeiramente são.
Ciça Melo e Fabiana Ribeiro são jornalistas, mães de crianças com deficiência e co-fundadoras do Paratodos, que faz da inclusão uma bandeira real. Aqui, elas contam histórias e falam de demandas urgentes.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Colunistas/Incluir-para-Crescer/noticia/2019/01/viva-diferenca.html