Saturday, November 10, 2018

10 respostas para as dúvidas mais cabeludas da ciência e tecnologia

Seu filho leva o que aprende na escola infantil para toda a vida (Foto: Getty Images)

 

Depois de ouvir sugestões de espectadores do Manual do Mundo, canal do YouTube criado há 10 anos pela terapeuta ocupacional Mariana Fulfaro e pelo jornalista Iberê Thenório, a dupla selecionou as dúvidas mais engraçadas e curiosas, que ao mesmo tempo trouxessem informações importantes e ajudassem a entender o mundo. Nascia ali o livro “Dúvida Cruel – 80 Respostas para as Dúvidas mais Cabeludas” (Editora Sextante), que é resultado de três anos de pesquisas em publicações especializadas, livros científicos e entrevistas com especialistas.


Abaixo, listamos 10 dessas dúvidas aparentemente sem resposta, que seu filho ou até mesmo você já fizeram, pelo menos, uma vez na vida:

1. Por que a gente chora quando está muito feliz?

Se você é do tipo que chora até em comercial de ração para cachorro, acredite: talvez você seja capaz de controlar suas emoções melhor do que muita gente. Parece sem sentido? Não para um grupo de pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, que em 2014 publicou um estudo que parece pôr fim ao mistério das lágrimas de alegria. Para esses pesquisadores, chorar em momentos de grande felicidade é uma espécie de válvula de escape que nos faz “colocar os pés no chão” após tamanha descarga de emoções. Não é muito diferente do que acontece nos momentos de tristeza, mas algumas pessoas são tão sensíveis que até situações positivas costumam causar um curto-circuito emocional. Nesses casos, chorar é uma forma de restaurar o equilíbrio mental, tal como acontece quando estamos tristes. Segundo o estudo, justamente pela capacidade de reagir de imediato a um sentimento, essas pessoas tendem a ser mais equilibradas do ponto de vista emocional. Ou seja: elas têm um talento invejável para enxugar as lágrimas e seguir em frente, como se nada tivesse acontecido. Vale lembrar que o contrário também acontece. Em situações negativas, de tristeza, estresse ou medo, as pessoas podem gargalhar ou sorrir.

2. A zebra é um animal preto com listras brancas ou branco com listras pretas?
Essa é uma boa pergunta. Tão boa que há cientistas dedicados especialmente a estudar o tema. Dois deles, os biólogos americanos Gilbert Scott e Susan Singer, se debruçaram sobre a questão e fizeram sua aposta: a zebra é um animal preto com listras brancas.
Eles sustentam essa teoria com dois argumentos. Primeiro, por uma questão de adaptação geográfica. Cores escuras são mais apropriadas ao calor da África, continente de origem das zebras. É que a cor negra, mais rica em melanócitos (células produtoras de melanina, pigmento responsável pela cor da pele), ofereceria mais proteção ao bicho contra os raios de sol. Assim como acontece com a gente: não é à toa que os humanos de pele escura foram os que mais se adaptaram àquele continente.  O segundo argumento é baseado em uma teoria evolutiva. No começo do século XIX, havia na África uma espécie de zebra que só tinha listras na frente do corpo, todo o resto era escuro. Os cientistas imaginam que a zebra que conhecemos seja descendente dessa, só que mais listrada. Além disso, estudos feitos nos embriões das zebras mostram que as células inicialmente apresentam pigmentação preta, para só nos últimos estágios embrionários começarem a formar as listras brancas.
Mas então por que as listras brancas? A hipótese mais aceita por cientistas era de que a sequência de preto e branco funcionasse como um recurso de camuflagem. Estudos recentes, porém, mostram que o listrado serve para regular a temperatura do corpo. Uma zebra totalmente preta passaria muito calor, e o branco ameniza o problema.


3. Por que não ouvimos nossa voz como ela realmente é?
Escutar a própria voz gravada costuma ser uma decepção, e isso nada tem a ver com a tecnologia do seu telefone celular. A voz que você escuta quando fala e a sua voz reproduzida em vídeos ou áudios são realmente diferentes. A voz gravada chega até os seus ouvidos por meio de ondas sonoras propagadas pelo ar. Esse som externo atinge as orelhas, passa pelo canal auditivo e alcança a membrana timpânica, que faz vibrar o martelo, a bigorna e o estribo – os menores ossos do corpo, localizados dentro do ouvido. Então o som é transmitido para a cóclea, que transforma as vibrações em sinais nervosos, finalmente transmitidos para o cérebro. Quando você fala em voz alta isso também acontece. Mas, nesse caso, além do som que sai da sua boca, o seu ouvido capta as vibrações que acontecem dentro do seu corpo – que começam na garganta, atravessam os ossos do crânio e chegam aos ouvidos. Quando passa pela estrutura óssea craniana, a vibração perde frequência e a voz é percebida como mais grave. No final, o som transmitido pelo ar se mistura com esse que chega via ossos. O resultado é a voz que você reconhece como sendo a sua – geralmente bem mais agradável que a gravação.


4. Por que as bolhas de sabão são redondas?
Uma bolha é um punhado de ar embalado por uma película de água e sabão. Enquanto você está soprando, essa película se estica e a bolha pode ter vários formatos diferentes. Mas, quando ela se solta, sempre fica redondinha. Isso acontece porque a força – com o imponente nome de tensão superficial – faz as moléculas de água tentarem permanecer próximas. Aí a película de água funciona como se fosse um elástico, e se ajeita para buscar o menor formato possível. E o menor formato possível para a película de água é uma esfera. Qualquer outra forma (cubo, pirâmide, cilindro...) teria mais área de superfície. Pelo mesmo motivo, um balão usado em festas de aniversário tende a ser redondo. A borracha dele é elástica como a água. Mesmo aqueles que têm um formato especial, como as de coração ou de coelho, sempre são muito arredondados.


5. Por que a pipoca estoura?
Dentro do milho há dois ingredientes principais: amido e água. Quando você leva os grãozinhos para a panela quente, acontece uma reação em cadeia. O calor transforma a água em vapor, que se expande e começa a empurrar a casca do milho. Enquanto isso, o amido quente e úmido amolece, ganhando a consistência de uma gelatina ou migau. Chega uma hora em que a casca não aguenta mais a pressão do vapor. Aí ela estoura e a mágica acontece: o amido, até então gelatinoso, se solidifica, virando aquela espécie de espuma branca que a gente chama de pipoca.


6. Por que ouvimos o som das ondas em conchas?
Por dentro, a concha é uma espécie de labirinto em espiral que concentra e amplifica os sons do ambiente, até mesmo os mais residuais, que passam despercebidos pelos nossos ouvidos. As ondas sonoras que entram na concha batem em sua superfície e voltam, produzindo um fenômeno conhecido como reverberação. Exatamente como acontece quando alguém fala dentro de uma sala vazia. O barulho que a gente escuta na concha, portanto, é como se fosse a soma de vários ecos. Não tem nada a ver com o mar, mas, coincidentemente, lembra o som das ondas quebrando na praia.


7. Por que é tão fácil engordar e tão difícil emagrecer?
Vamos entender primeiro como funciona o mecanismo de engorda e emagrece. A princípio, quando você come mais do que precisa, engorda. Quando come menos, emagrece. Para ganhar 1 quilo, por exemplo, um homem adulto médio tem de consumir cerca de 7 mil calorias além do que seu corpo necessita. Não precisa ser de uma só vez. As calorias vão se acumulando como o dinheiro em uma poupança: quando chegar a 7 mil calorias guardadas, ele terá juntado 1 quilo. Teoricamente, vale o mesmo na hora de perder peso – só que, nesse caso, será preciso cortar 7 mil calorias da cota diária de comida. E, convenhamos, comer mil calorias a mais por dia é moleza: uma boa sobremesa no almoço e outra no jantar por uma semana e, pronto, o pneuzinho já ficou mais inflado. Mas tirar mil calorias do seu dia é bem mais complicado, então já começa por aí a dificuldade de emagrecer. Essa conta também pode ser feita pensando em exercícios físicos. Se você se exercitar mais do que costuma fazer, aumenta o gasto de energia. Mantendo a mesma alimentação você vai emagrecer. O contrário também vale. Se você fizer menos exercício que o habitual e continuar comendo o de sempre, vai engordar. Novamente, é mais fácil engordar deitando em frente à televisão do que emagrecer correndo no parque.


8. Por que esquecemos rápido dos nossos sonhos?
Os sonhos são sequências de imagens, ideias, emoções e sensações geradas de maneira involuntária quando estamos no estágio do sono denominado REM (quando os olhos se movimentam). Nessa fase do sono nossa atividade cerebral está mais elevada, quase no mesmo ritmo de quando estamos acordados. Ela se alterna em ciclos com um estágio denominado não REM, no qual o cérebro fica mais lento. A duração dos sonhos varia entre alguns segundos e incríveis 30 minutos. Mas a maior parte deles é deletada rapidamente da nossa memória: estima-se que 95% dos sonhos sejam completamente esquecidos! Isso acontece porque em geral os processos que fazem com que guardemos as lembranças de longa duração ficam inativos durante o sono REM.


9. Por que alguns mares são azuis e outros verdes se a água é transparente?
Você está certo: a água do mar é transparente. No entanto, quando vista em grande quantidade, ela ganha um matiz azulado. É que a água absorve melhor os raios luminosos de cor vermelha, laranja, verde e amarelo. O azul é menos absorvido e mais refletido, daí a tonalidade predominantemente turquesa dos oceanos. Vários fatores, no entanto, podem interferir na cor da água do mar: areia, matéria orgânica, sedimentos trazidos pelos rios e mesmo partículas do fundo que chegam até a superfície pelo movimento das ondas e tempestades alteram a reflexão da luz, podendo deixar a água amarelada, marrom, mais turva, mais clara. Mas o maior impacto vem de algas microscópicas, chamadas fitoplâncton. Esses organismos são ricos em clorofila, um pigmento de cor verde envolvido no processo de fotossíntese. Quando a presença dessas algas é grande, o mar ganha tons esverdeados.


10. Porque a gente chora quando corta cebola?
Ao longo do processo evolutivo, não foram só os animais que criaram estratégias para se defender dos seus predadores. As plantas também têm suas armadilhas para tentar escapar. Pense nisso da próxima vez que começar a cortar – ou melhor, atacar – a cebola para o arroz do jantar. Quando a cebola é “atacada” pelos dentes de um bicho herbívoro – ou pela sua faca -, as membranas de suas células são quebradas, liberando enzimas responsáveis pela criação de compostos de enxofre que se convertem em um gás chamado sulfóxido de tiopropanal. Essa substância chega rapidinho aos nossos olhos e, em contato com a água presente naturalmente neles, forma uma solução fraca de ácido sulfúrico que provoca ardência. Como resposta, o organismo estimula a produção de lágrimas para diluir e eliminar a causa do incômodo.

Livro "Dúvida Cruel - 80 Respostas para as Perguntas mais Cabeludas" (Editora Sextante) (Foto: Divulgação)

 

Serviço:
“Dúvida Cruel – 80 Respostas para as Dúvidas mais Cabeludas” (Editora Sextante)
Preço: R$ 39,90 / e-book: R$ 24,99
Páginas: 208

 



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Curiosidades/noticia/2018/11/10-respostas-para-duvidas-mais-cabeludas-da-ciencia-e-tecnologia.html

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