Durante reunião da Assembleia Mundial de Saúde, afiliada à Organização das Nações Unidas (ONU), os representantes dos Estados Unidos condenaram uma resolução de incentivo à amamentação. No texto apresentado, baseado em décadas de pesquisa, estava a conclusão de que o leite materno é mais saudável para as crianças menores. Daí a recomendação de que os governos limitassem o marketing impreciso ou enganoso de métodos substitutos à amamentação.
A informação é do jornal The New York Times, que mostrou o posicionamento contrário do governo americano no que diz respeito ao incentivo à amamentação, de forma a favorecer os interesses dos fabricantes de fórmulas infantis. Até mesmo acordos comerciais ficaram sob ameaças, segunda a apuração, caso as nações presentes apoiassem a medida.
De acordo com a reportagem as autoridades americanas tentaram tirar a recomendação do texto final da resolução, além de um trecho que pedia aos governos para "proteger, promover e apoiar a amamentação".
Após discussões e ameaças a Rússia fez os americanos desistirem das intimidações. A diretora de política do grupo britânico Baby Milk Action, Patti Rundall, disse que “Ficamos espantados, chocados e também tristes. O que aconteceu foi o mesmo que chantagem, com os EUA mantendo o mundo como refém e tentando derrubar quase 40 anos de consenso sobre a melhor maneira de proteger a saúde de bebês e crianças pequenas.”
Sob o pretexto de que não se pode discutir conversas diplomáticas privadas, o Departamento de Estado dos EUA não quis se pronunciar. Já o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, contestou o documento, mas negou ter envolvimento em ameaças. “A resolução originalmente elaborada colocou obstáculos desnecessários para as mães que buscam fornecer nutrição para seus filhos”, disse um porta-voz da agência por e-mail, sob condição de anonimato, ao "New York Times". “Nós reconhecemos que nem todas as mulheres são capazes de amamentar por uma série de razões. Elas devem ter a escolha e acesso a alternativas para a saúde de seus bebês, e não devem ser estigmatizadas por isso”.
Autoridades de saúde pública e diplomatas estrangeiros, descreveram o posicionamento americano como um contraste marcante ao que era visto no governo de Barack Obama, que apoiava políticas da Organização Mundial de Saúde (OMS) que dizia respeito ao incentivo ao aleitamento materno.
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