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Entrei em trabalho de parto com 41 semanas e três dias de gestação. Eu estava sentindo as contrações, mas a dilatação não passava de quatro centímetros, então, decidiram administrar ocitocina no hospital. Minha bolsa rompeu naturalmente e, depois de mais de 20 horas com dor, a dilatação chegou a sete centímetros. Durante todo esse processo, o Nick, meu companheiro, foi meu suporte físico e emocional.
Cheguei a gritar no ouvido dele e arranhá-lo por causa da dor, e ele passou por tudo sem reclamar. Lembro também das palavras doces, dizendo o quanto eu era forte e guerreira. Ele também falava que faltava pouco, e que, a cada minuto que passava, ficávamos mais perto de conhecer nosso filho. Todo esse encorajamento e essa força que ele demonstrou me incentivaram muito.
Houve um momento em que eu estava no chuveiro, com água quente caindo nas minhas costas para aliviar a dor, e ele entrou no box junto comigo. A água respingava nele e tinha uma janela aberta perto. Eu via que ele tremia de frio. Eu disse que não tinha problema, que ele deveria sair dali um pouco, vestir uma roupa mais quente, mas ele quis ficar ao meu lado, e falou que não era para eu me preocupar com isso.
Apesar da minha vontade de ter um parto natural e de todo o apoio do Nick, da doula e da equipe médica, vimos que a dilatação não evoluía. Estava cansada, com muita dor, e optamos por uma cesárea. Fiquei chateada. A exaustão era muito grande e, até nesse momento, ele foi meu suporte. Nós sabíamos que tínhamos tentado de tudo. O Joaquim nasceu no dia 25 de julho, via cesariana, com os olhos abertos, superesperto.
Quando terminou e conversamos sobre tudo o que tinha acontecido, choramos muito lembrando de como foi. O incrível é que, durante as contrações, não via esse lado frágil dele; ele foi minha rocha. Até a equipe chegou a elogiá-lo pela postura presente, que deveria ser algo comum por parte dos pais, mas, infelizmente, ainda não ocorre em todos os casos.
Depois, Nick me explicou que o parto foi um momento muito intenso e marcante para ele. Apesar de entender que a dor fazia parte de um rito de passagem importante, o Nick disse que foi bem difícil me ver sofrendo naquela situação. Mais do que a dor, minha memória mais forte é do apoio dele e da equipe médica durante o parto. Fez toda a diferença.
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no programa Boas Vindas, do Canal GNT. Episódios reprisados às sextas-feiras, às 23h
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