Tuesday, November 12, 2019

A maneira como encaramos a dor do parto pode mudar a forma como o experimentamos

Mãe com recém-nascido no colo depois de parto normal hospitalar (Foto: Getty Images)

 

Que o parto pode ser muito dolorido, ninguém tem dúvidas. Independentemente da forma como você escolhe dar luz ao seu filho,  e lembrando que não há uma maneira certa ou errada, o seu corpo passa por intensas sensações ao longo do processo. Por mais belo e mágico que seja este momento, ele ainda dói (e muito!).

Nesse contexto, um novo estudo feito pela Universidade La Trobe, na Austrália, analisou como e por que as dores do parto afetam as mulheres de maneira diferente. Segundo a pesquisa, mudar a maneira como a sociedade pensa e fala sobre o momento do parto pode fazer uma enorme diferença em preparar melhor a mãe para que ela tenha uma experiência mais positiva e segura. A especialista em dor de parto, doutora Laura Whitburn, contou para o site Kidspot como aconteceu a sua investigação escutando as experiências de dor no parto entre as mães de dois hospitais em Melbourne (Austrália).

 

"A dor do parto natural é muito diferente de outras dores, porque surge durante um processo em que o corpo de uma mulher está fazendo o que deveria estar fazendo, em vez de ser ocasionada por algo que deu errado", disse Whitburn. "Não há como negar que as contrações do parto são extremamente intensas (...) A dor é muito boa para captar a atenção da mulher que está em trabalho de parto e motivá-la a buscar segurança e cuidados durante o parto. Mas minha pesquisa mostra que nem todas experimentam e enxergam esta dor da mesma maneira”.

A pesquisa sugeriu que, se as mulheres fossem capazes de reformular seu trabalho de parto e permanecessem "presentes" e "concentradas", era mais provável que tivessem uma experiência positiva. “As mulheres que trabalham com a mentalidade de que existe um objetivo para a dor parecem capazes de fazer da dor parte da experiência. É menos provável que elas precisem de intervenções como anestesia ou cesariana”,  explica Whitburn.

 

A médica também analisou o efeito dos cuidadores durante o parto e qual o impacto que eles tiveram sobre como as mulheres se sentiam durante o trabalho de parto. “Parece que um elemento-chave para permanecer focado e resiliente durante o parto é garantir uma parteira ou uma pessoa de apoio que você conhece e confia e que está enviando mensagens positivas sobre seu corpo e seu progresso. Isso pode aumentar o senso de capacidade da mulher de lidar com a dor ”, disse.

Apesar da dor ser comum, a doutora Whitburn enfatiza que existe uma enorme diferença entre a dor do parto natural e dor associada a complicações - que sempre exigirão intervenção. Mas, considerando a crescente preocupação de que intervenções médicas desnecessárias podem aumentar os riscos à saúde de mães e bebês, há uma grande esperança de que esta pesquisa ajude a empoderar as mulheres quanto à sua força para que elas criem mais confiança e segurança durante a jornada do parto.

 

Não existe uma maneira "certa" de dar à luz. Mesmo que não exista uma razão "médica" para precisar de uma cesariana, você pode apenas querer uma, e isso é absolutamente seu direito e sua escolha. “Esta pesquisa está simplesmente tentando ajudar as mães a acreditar que são capazes de passar pelo trabalho de parto, que não é tão aterrorizante ou tão impossível quanto se poderia imaginar. Em vez de apoiar as mulheres a trabalharem com seus corpos durante o trabalho de parto, nossa atual cultura de nascimentos as prejudica. Ao reestruturar a maneira como pensamos e falamos sobre essa dor, podemos reduzir as intervenções médicas e melhorar a experiência das mulheres”, enfatiza Whitburn.



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Gravidez/Parto/noticia/2019/11/maneira-como-encaramos-dor-do-parto-pode-mudar-forma-como-o-experimentamos.html

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