Você sabia que 23 de setembro é o Dia de Conscientização da Dermatite Atópica? A data foi estabelecida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) em 2017. Dois anos depois, a importância de aumentar o conhecimento acerca das causas e dos sintomas dessa doença continua a mesma.
"Trata-se de uma doença inflamatória crônica de pele, caracterizada por crises de coceira que leva a lesões, eczemas e pele extremamente ressecada. Ela costuma aparecer em áreas especificas de acordo com cada fase da doença. Em crianças, é mais frequente em dobras e nos cotovelos", comenta a doutora Clarissa Prati, colaboradora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
A dermatite é geneticamente determinada, mas o que define os períodos de crise são os desencadeantes externos, uma vez que o sistema imune é hiper-reativo a eles. "Alguns exemplos desses estímulos em bebês e crianças são: polén, mofo, ácaro, derivados do sabão, amaciantes e certas fragrâncias. A questão emocional também é imporante, pois o processo inflamatório também é prejudicado em períodos de tristeza e de estresse", explica Clarissa.
É importante que os sintomas da doença não se tornem um ciclo vicioso. "Muitas vezes, a crise é desencadeada em períodos em que a criança está muito empolgada, ansiosa ou incomodada com algum colega. Então, ela começa a coçar muito a região, coloca a unha, cria feridas que podem inflamar. Ao chegar na escola, é comum que as outras ciranças olhem feio e tenham nojo das feridas e que os professores tratem como uma doença contagiosa. O quadro completo acaba por causar mais estresse e piora as feridas", adverte a doutora.
Para evitar que a dermatite chegue neste estágio é preciso previnir que a pele resseque muito e garantir o equilíbrio emocional. "O ideal é manter a pele sempre muito hidratada, até nos bebês. Os banhos quentes também ressacam a pele, então, prefira manter a água em temperatura morna, sabão que não seja adistringente e evite o vento muito gelado", afirma.
Para tratar a dermatite em bebês e crianças é importante investigar as causas que estão agindo como desencadeantes das crises; desde a alimentação, até os hábitos de limpeza, de autocuidado com a pele e as questões emocionais. "Além disso, é fundamental conscientizar a família, os colegas da escola e os professores a respeito da doença. Quanto mais pessoas falarem a respeito e souberem das causas e dos sintomas, menos crianças sofrerão bullying, e redução da auto-estima e exclusão, por conta das feridas vermelhas e expostas na pele", afirma a especialista.
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É preciso alertar as pessoas de que a dermatite atópica não é contagiosa. "Tratar a doença com repulsa deixa os pacientes mais tristes, reprimidos, nervosos e ansiosos o que piora o quadro de irritação". diz.
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