Saturday, July 20, 2019

"Ser mãe é amar tanto que até dói", diz Denise Fraga

Mãe e filhos nas costas (Foto: Divulgação)

 

Aproveita que passa rápido! Quantas vezes ouvimos isso, com nossos pequenos nos braços. Me dá um nervoso!  Você ali, na praça, curtindo o pequeno e já vem uma saudosa de plantão pra lembrar que aquilo vai acabar rápido! Quando eles eram pequenos, eu não entendia direito essa aflição. Fraldas e mamadeiras fazem os primeiros dois anos parecer uma eternidade. Mas, outro dia, conhecendo o bebê de uma amiga, foi fatal. Sem querer saiu, dessa vez da minha boca: aproveita que passa rápido! Fiquei chocada.

O fato é que passa mesmo! Muito, muito rápido! Ainda sinto no meu corpo a sensação de um bichinho mexendo dentro, me lembro de como é sentar de perna aberta, tamanha a barriga. De vez em quando, ainda me pego balançando de um lado pro outro, calo de quem ninou nenê. Isso porque meu mais velho acabou de perder o segundo dente e foi pro acampamento da escola! Ai!!!

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“Sem querer, saiu. Dessa vez da minha boca: aproveita
que passa rápido!”
 

Fotografo. Fotografo enlouquecidamente na tentativa de aprisionar o tempo. Quando você fica grávida, deveria ir crescendo dentro do seu olho um aparelho fotográfico acoplado à retina, que, com uma piscadela específica, registraria pra sempre as imagens que estão por vir. Como é fascinante, emocionante e desesperadora a atualidade em que vive uma criança pequena. O dia é hoje. Amanhã já é outra coisa. Foi por isso que resolvi anotar pequenos diálogos, palavras engraçadas e travessurinhas de meus pequenos. Me divirto muito folheando esse caderno. Choro também.

Uma vez, em uma reunião, a professora me contava como um deles tinha vencido obstáculos, que eu sabia serem muito difíceis pra ele naquela época. Fiquei com muito orgulho dele e, confesso, um pouco de inveja dela. Claro, não dava pra dar um replay e ver de novo o que ela tinha visto!

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Tivemos dois filhos seguidos, muito perto um do outro e nossa casa virou uma confusão de fraldas, choros, mamadeiras e brinquedos sendo chutados pela sala, mas também uma grande arena de emoções. Eu e Luiz costumamos dizer: é um amor que dói. Dói de tanto amor. Não sabia que ser mãe era perceber de tal maneira o milagre da construção humana. E você não quer perder nem um pedacinho do show. Mas também não vai ficar grudada o tempo todo na criaturinha. Você enlouquece e ele também. Destrói o orçamento familiar de tantas fotos! Calma, Denise! É preciso trabalhar e se divertir pra viver completamente essa fase maravilhosa que Deus te deu.

No outro dia, vi uma foto do pequeno Pedro só com quatro dentes na boca e pensei: este era o Pedro pra mim. Agora é aquele ali no sofá, levado da breca, já sem as perninhas arqueadas, que adora Raul Seixas. O que é mais legal é que você sente saudade deles pequenininhos, às vezes tem vontade de voltar no tempo, mas percebe que o “show da vida” continua e fica cada vez melhor.

Portanto, mãos às câmeras, saudosas de plantão! Preguem na porta do armário diferentes fotos deles pequenos para olhar pro lado e perceber dia a dia o milagre.

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Denise Fraga (Foto: Caue Moreno/editora globo)

 

Denise Fraga é atriz, casada com o diretor Luiz Villaça e mãe de nino, 21 anos, e Pedro, 19.



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Colunistas/Denise-Fraga/noticia/2019/07/ser-mae-e-amar-tanto-que-ate-doi-diz-denise-fraga.html

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