Médicos e estudantes do Hospital Universitário Charité, em Berlim, na Alemanha, desenvolveram uma técnica que promete diminuir a alta taxa de cesarianas em gestações gemelares, que atinge 92% dos procedimentos quando um dos bebês está sentado.
A técnica, publicada no European Journal of Obstetrics and Gynecology and Reproductive Biology, mostra o especialista fazendo a manobra VCE (versão cefálica externa) em apenas um bebê.
De acordo com o obstetra Braulio Zorzella, integrante da REHUNA – Rede pela Humanização do Parto e Nascimento, é possível realizar a VCE em uma gravidez de gêmeos, mas ainda são necessários estudos científicos para respaldar a metodologia, como já existe para gestações de feto único.
A Versão Cefálica Externa consiste na rotação de um bebê pélvico para cefálico em um movimento realizado pelas mãos do obstetra. As manobras, que só podem ser realizadas por um médico, em um centro cirúrgico, com ultrassom e monitoramento dos batimentos cardíacos do bebê, devem ser feitas a partir da 36ª semana de gestação, visto que, se houver algum problema, é possível partir para uma cesariana de emergência. Além disso, alguns procedimentos podem ser feitos com anestesia, pois há a possibilidade de desconforto para a mãe.
O índice de sucesso da versão cefálica externa varia de 30% a 70% dos casos. Porém, como acontece com qualquer procedimento médico, há riscos envolvidos, como o descolamento precoce da placenta, sofrimento fetal agudo e alteração no cordão umbilical.
A VCE é um procedimento seguro e recomendado pela Organização Mundial da Saúde para aumentar a chance e facilitar o parto normal. Seu risco é inferior ao de uma cesariana. Essa, aliás, é a principal solução para uma intercorrência mais grave na VCE.
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