O brincar livre e espontâneo é terreno fértil para que as crianças desenvolvam desde a criatividade até a aptidão física. Sabendo da importância dessa atividade para uma infância plena e saudável oito pesquisadores - Beatriz Olival, Elisa Hornett, Gabriel Limaverde, Lia Mattos, Reinaldo Nascimento, Renata Meirelles, Sandra Eckschmidt e Soraia Chung Saura – observaram e estudaram durante um ano como ela acontecia em diferentes contextos. Um dos resultados desse processo é o filme Miradas, que estreia nesta segunda (3) e pode ser assistido gratuitamente na plataforma Videocamp.
O documentário explora o brincar livre em oito ambientes: uma instituição de ensino para crianças cegas, uma escola de educação infantil que segue a metodologia Waldorf, uma aldeia indígena urbana, duas escolas públicas, uma escola particular, um espaço de brincar mantido por um coletivo e um espaço de brincar criado por mulheres. As duas primeiras localidades ficam em Florianópolis (SC) e o restante no estado de São Paulo.
O filme, produzido pelo Instituto Alana, ONG dedicada à defesa da infância, registra as observações dos pesquisadores em cada um desses espaços e documenta diferentes formas de brincar. Em entrevista à CRESCER, Renata Meirelles, educadora à frente do projeto, deu mais detalhes sobre a realização do longa. Confira:
Como surgiu o Miradas?
O Miradas é um convite para um olhar atencioso para as crianças e a observação do brincar em momentos espontâneos. Durante 2018, os pesquisadores foram a campo uma vez por semana para observar os pequenos e o filme é um relato audiovisual desse processo.
O que todos as localidades que aparecem no filme tem em comum?
Reunimos realidades muito diferentes, mas em todas elas o momento do livre brincar é respeitado. Desde o terreno vazio em que as crianças exploram a terra em Paraisópolis até o menino indígena capaz de ficar concentrado por horas na tarefa de pescar pequenos camarões.
Para os pais, quais são as principais lições do filme?
O Miradas convida os pais a observarem as brincadeiras dos filhos e tirarem suas próprias conclusões. Para isso, é preciso se dispor a estar presente de verdade naquele momento e ter um olhar isento de preconceitos. Essa observação atenciosa é o primeiro passo para valorização do brincar. Ela mostra a força daquele momento que não está sendo direcionado e a importância de permitir que os pequeno tenham tempo ocioso.
Assista a trechos de "Miradas":
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Diversao/Filmes-e-TV/noticia/2019/06/filme-miradas-reune-olhares-sobre-brincadeira-livre.html