Friday, November 2, 2018

Dr. Carlos González: "A alternativa ao castigo é não castigar"

criança; triste; castigo; tristeza (Foto: Thinkstock)

 

Às vezes, emprega-se o termo “conse­quência” como uma possível estratégia educativa, uma alternativa ao castigo.

Na maioria dos casos, essa consequência pretendida não é nada além de castigo, com outro nome: “Você brigou com sua irmãzinha, está de castigo, vai ficar sem sobremesa” ou “Você brigou com sua irmãzinha, a consequência é que você não terá sobremesa”. É exatamente a mesma coisa.

Existem, certamente, algumas consequências que são diferentes do castigo: as chamadas consequências naturais, as que ocorrem espontaneamente. Se você deixar os brinquedos por aí, jogados, você poderá perdê-los. Mas aí elas precisam ser naturais de verdade. O brinquedo precisa se perder sozinho. Não vale tirar o brinquedo dali e escondê-lo. A maioria dos brinquedos, por mais que esteja fora do lugar, não se perde, só fica no meio do caminho.

Em muitos casos, as consequências naturais são muito perigosas para serem usadas como método educativo. Não podemos deixar que uma criança de 2 anos brinque com uma faca para ver que pode cortar o dedo. Não podemos deixar que um garoto de 15 anos termine o ano letivo sem estudar nem fazer a lição de casa para que ele veja que pode perder o ano. Nossa obrigação é tirar deles a faca antes que se cortem (e aí, sim, esconder o objeto fora de seu alcance). E quando vemos que nosso filho começa a falhar nos estudos, temos de conversar com ele, com os professores, ver se ele precisa usar óculos, ajudá-lo para que não perca o ano. Nossa obrigação não é “dar consequências”, e sim, o contrário: evitar que nossos filhos sofram as consequências de seus erros.

Assim, as consequências só podem ser um “método educativo” quando são leves e têm pouca importância. Não quer comer? Não coma. Consequência: mais tarde, sentirá fome. Tome um lanche. Não quer colocar o casaco antes de sair? (Claro! Se a criança tem 3 anos e, dentro de casa, está quente, ela não entende que lá fora faz frio.) Então, saia na rua com o casaco na mão e, quando a criança tiver frio, ela o vestirá. Não precisa massacrar: “Viu como está frio? Tem de obedecer o papai”. Já sabemos que você é mais experiente que ela, não precisa ressaltar. E se não quiser colocar o casaco nem na rua? Será que faz tanto frio assim? E agora será você quem vai aprender que, como consequência de sua obsessão com o frio, terá de carregar um casaco na mão o tempo todo.

Mas, então, qual é a alternativa a castigar? Muito simples: não castigar. Minha esposa nunca me castigou.

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Dr. Carlos Gonzales (Foto: Divulgação)

CARLOS GONZÁLEZ tem três filhos, é um dos pediatras mais famosos na Espanha e autor de livros como Bésame Mucho e Meu Filho Não Come!

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Rodapé Instagram OK (Foto: Crescer/ Editora Globo)

 



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Colunistas/Dr-Carlos-Gonzalez-Criar-com-apego/noticia/2018/11/dr-carlos-gonzalez-alternativa-ao-castigo-e-nao-castigar.html

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