Wednesday, January 5, 2022

SP pretende vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a covid em três semanas

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O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (5) que já tem um plano para vacinar todas as crianças de 5 a 11 anos. O estado pretende imunizar esse grupo com uma dose em três semanas, desde que o Ministério da Saúde forneça o imunizante ou autorize a compra diretamente com a fabricante, no caso a Pfizer. Segundo o governo paulista, serão 250 mil crianças vacinadas por dia. A campanha contemplará mais de 4 milhões dos menores dessa faixa etária, sendo que serão priorizadas 850 mil crianças com comorbidades ou deficiências, além de indígenas e quilombolas. 

De acordo com o governador João Doria, 5,2 mil postos já estão disponíveis para iniciar a vacinação. Além disso, a imunização também poderá ser feita em escolas públicas estaduais em parceria com os municípios. Já foram cadastradas 268 unidades escolares para servirem como postos de vacinação infantil.

São Paulo pretende vacinar crianças em três semanas (Foto: Reprodução YouTube)

Durante a coletiva, Doria criticou o governo federal pela demora em se posicionar em relação à imunização dos pequenos. "Temos a vacina infantil contra a covid-19 aprovada há quase um mês pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e não temos a vacina. É entristecedor", afirmou. 

Já o secretário da saúde, Jean Gorinchteyn, explicou que o estado não conseguiu adquirir as vacinas da Pfizer por uma questão contratual, pois as doses são de exclusividade do governo federal. "[Ele] não se colocou de maneira respeitosa ao momento pandêmico para vacinar as crianças e controlar não só a disseminação do vírus, mas também proteger a gravidade de doença e mortalidade nesse público", pontuou o médico. 

O imunizante da Pfizer foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 16 de dezembro. Após a consulta pública (aberta entre 24 de dezembro e 2 de janeiro) e a audiência realizada neste terça-feira (04), o Ministério da Saúde pretende divulgar um documento sobre as diretrizes da vacinação infantil no país nesta quarta-feira (5).

Vale lembrar que o imunizante destinado aos pequenos possui características distintas e vem em uma embalagem com tampa laranja. Confira as diferenças no quadro abaixo: 

Comparação da vacina de crianças e adultos (Foto: Reprodução YouTube )

 

De acordo com Eduardo Ribeiro, secretário-executivo de Saúde de São Paulo, o estado já conta com 4,5 milhões de seringas e o mesmo número de carteirinhas de vacinação infantil. O secretário ressaltou, ainda, que aguarda um posicionamento da Anvisa, em relação à aprovação da CoronaVac para as crianças, pois o governo paulista já tem 12 milhões de doses disponíveis. 

O governador de São Paulo complementou dizendo que se a Anvisa aprovar a CoronaVac para as crianças acima de 3 anos nos próximos dias, a imunização começará imediatamente. "Toda a pressa, toda velocidade para salvar vidas", declarou Doria. 

+ Vacinação infantil contra covid-19: “Nenhuma preocupação séria de segurança foi identificada”, diz secretária do Ministério da Saúde

Vacinação nas escolas 

 

 

Segundo o secretário de Educação, Rossieli Soares, vacinar os pequenos dentro das unidades escolares é muito eficiente. Para a campanha de imunização contra a covid-19 de crianças de 5 a 11 anos, a Secretaria de Educação conta com a adesão de nove municípios — Caieiras, Campinas, Cajamar, Ibaté, Jundiaí, Louveira, Mairiporã, Nova Odessa e São Carlos — e 268 escolas participantes. 

Em relação à vacinação dos adolescentes, Rossieli apontou que o estado já tem 102,7% da faixa etária de 12 a 17 anos com ao menos uma dose aplicada e 81,5% com esquema vacinal completo. 

Estudos da vacina da Pfizer em crianças

A fabricante divulgou resultados de estudos apontando que as respostas imunológicas de crianças de 5 a 11 anos de idade foram comparáveis às de indivíduos de 16 a 25 anos. Um dos achados foi de que a vacina foi 90,7% eficaz na prevenção contra a covid-19. Na pesquisa, a segurança do imunizante foi estudada em aproximadamente 3.100 crianças dessa faixa etária. Após receberem a vacina, os pequenos não tiveram nenhum efeito colateral grave.

Assim como a vacinação dos adultos, a das crianças ocorrerá em duas etapas com um intervalo de pelo menos três semanas entre as doses. Casos de miocardite, ou inflamação do coração, em homens e adolescentes foram registrados ao redor do mundo depois da aplicação de vacinas, como a da Pfizer, contra a covid-19. Embora a probabilidade de desenvolver a condição seja muito maior após contrair o vírus do que ao ser vacinado, o risco ainda existe. De acordo com a Pfizer, a maioria dos casos de miocardite acompanhados se resolveram rapidamente e não representaram perigo significativo para a saúde dos jovens, tornando a relação entre risco e benefício favorável à vacinação.

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