Monday, January 3, 2022

Andréia Sadi: "A primeira vez que meus filhos viram o mar"

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Sadi e João (Foto: reprodução instagram)

Meus filhos são “coronials”. Quando engravidei, em plena pandemia, não havia expectativa de vacina, e tampouco sabíamos quando e se haveria uma melhora da maior crise sanitária que já vivenciamos. Portanto, como já contei algumas vezes, foi uma gestação rodeada de medos (os naturais e os adicionais de uma pandemia) e muito, muito solitária e isolada.

 

Ao todo, entre gestação e licença, foram praticamente 16 meses – quase um ano e meio – de isolamento e de gêmeos convivendo basicamente comigo e André [Rizek, marido] no Rio de Janeiro, onde moramos. Nesse período, foram cerca de três ou quatro visitas de apenas alguns dias e de familiares oriundos de São Paulo, com todas as medidas de segurança. Mesmo assim, só as avós e dois dos sete tios, nossos irmãos. Os avôs, por exemplo, e nossos demais irmãos (um mora fora e ainda não viu os meninos!) só os conheceram quase sete meses depois do nascimento e após todos duplamente vacinados, cumprindo os protocolos.
 

Jamais vou superar o simbolismo de testemunhar a primeira vez
que os meninos viram o mar”
Andréia Sadi

 

As férias que tirei em outubro marcaram várias primeiras vezes. O encontro com avôs, com padrinhos, com bichos, com a natureza... com o mar. Um período cheio de interação, de trocas de experiências. E, olha, pode ser coisa da nossa cabeça, mas incrível como Pedro e João se desenvolveram nesse contato com as pessoas... Pedro só falta andar, literalmente! João, quando pisquei, estava sentando e se arrastando. Ambos balbuciando, sorrindo a cada interação. Emocionante de verdade.

 

Tudo inesquecível. Mas jamais vou superar o simbolismo de testemunhar a primeira vez que eles viram o mar. Levamos os dois à praia, no Guarujá, onde minha falecida avó morou no fim da vida – era seu lugar predileto no mundo. Ela tinha verdadeira adoração por aquele mar. Como para todos na minha família, o mar representa o sagrado, é proteção, é bênção. Mesmo morando no Rio, por causa da pandemia, ainda não havíamos levado os meninos para conhecer a praia. Por isso, para mim, que sou filha de Iemanjá, impossível não se emocionar com aquela cena de João e Pedro conhecendo o mar pelas mãos do pai, do avô, dos padrinhos, em contato com a natureza, iniciando a vida e protegidos pela mãe das águas. Estou ansiosa pelas próximas primeiras vezes. Salve Odoyá!

 

Andréia Sadi é jornalista, comentarista política na GloboNews, TV Globo e CBN, apresentadora do programa "Em Foco", na GloboNews, e escreve sobre os bastidores da política no G1. Mãe dos gêmeos João e Pedro (Foto: Babuska)

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