Tuesday, January 4, 2022

Menino tem infecção grave no olho após contrair covid-19; entenda

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Um menino de 9 anos, de Bristol, na Inglaterra, passou o Natal no hospital e quase ficou parcialmente cego devido a um raro efeito colateral relacionado ao coronavírus. Zac Morey deixou de enxergar do olho esquerdo menos de uma semana após testar positivo para a covid-19. O olho do garoto inchou e fechou completamente. Os médicos, então, o diagnosticaram com celulite orbitária, uma infecção de pele que alguns cientistas relacionaram ao vírus.

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Zac foi colocado em um soro intravenoso no Bristol Royal Hospital e, felizmente, conseguiu se recuperar completamente. No entanto, a família dele agora tem alertado outros pais sobre o sintoma incomum. A mãe, Angela, 37, que é vereadora e mãe de cinco, lembrou: "O olho dele parecia que ia explodir. Não havia como ele abrir sem puxar a pele. Estava inchado além de tudo que eu já vi".

 Seu olho parecia que ia explodir, disse a mãe (Foto: Reprodução/Metro)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O problema ocular de Zac começou depois que ele testou positivo para a covid-19 junto com sua mãe e quatro irmãos, em 16 de dezembro. O menino teve sintomas semelhantes aos de um resfriado e passou o período de isolamento jogando no computador em casa. Mas em 22 de dezembro, os sintomas leves desapareceram e ele começou a sentir dor no olho esquerdo. "Eu pensei que como ele estava no computador há sete dias seria por causa disso. Mas, na véspera de Natal, não estava nada bom. Então, nós o levamos para o hospital e ele foi colocado no antibiótico. Disseram que se [a infecção] penetrasse muito no olho, poderia causar cegueira. Os médicos disseram que foi uma reação alérgica ao vírus que afeta as crianças", afirmou. Zac recebeu alta após um exame oftalmológico confirmar que a visão dele havia se recuperado totalmente. 

Menino quase perdeu a visão (Foto: Reprodução/Metro)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Celulite orbital

 

 

A celulite orbital, de acordo com Cassia Amaral, pediatra e professora da Universidade Anhembi Morumbi (SP); e com Marcia Regina Monteiro, dermatologista e autora do Manual de Urgências e Emergências em Pediatria, do Hospital Infantil Sabará (SP), é um tipo de celulite facial que afeta o entorno dos olhos. É uma infecção profunda do tecido cutâneo de origem bacteriana (geralmente causada pelo Streptococcus B, hemolítico do Grupo A). Apesar de a doença afetar crianças em diversas idades, bebês de 0 a 2 anos são mais suscetíveis, pois ainda não têm o sistema imunológico maduro e possuem pele mais fina que a dos adultos, o que aumenta a chance de formar machucados e feridas, portas de entrada para esses micro-organismos.

Qualquer ferida na face pode acarretar em infecção bacteriana, uma vez que, se a criança passar a mão no local ou coçar, há risco de a bactéria se instalar. Dermatites (alergias na pele), picadas de insetos e machucados decorrentes de quedas estão entre as portas de entrada mais comuns da celulite facial. Outro fator que pode levar ao quadro é uma sinusite que não foi tratada corretamente.

A prevenção está ligada à higiene das crianças. Por isso, é preciso orientá-las desde cedo a ter alguns cuidados, como lavar as mãos após brincar no parquinho, depois de usar o banheiro e antes das refeições. Outro ponto essencial é tratar bem as feridas que surgirem para que elas não se tornem o ponto inicial de infecções. O melhor é lavá-las sempre com água e sabão neutro. Caso a ferida não cicatrize, inche ou fique avermelhada, leve a criança ao médico.

Associação à covid-19

A Organização Mundial de Saúde (OMS) lista olhos vermelhos e irritados como um efeito colateral incomum da covid-19, enquanto alguns estudos têm relacionado celulite orbitária com coronavírus. Uma pesquisa, divulgada no início deste ano sobre os sintomas da covid relacionados aos olhos, descobriu: "Pacientes infectados com SARS-CoV-2 podem apresentar sintomas de conjuntivite aguda, incluindo vermelhidão nos olhos, irritação ocular, dor nos olhos, sensação de corpo estranho, lacrimejamento, secreção mucóide, inchaço da pálpebra, congestão e quemose".

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Em seu site, uma rede oftalmológica britânica informa: "O coronavírus pode causar conjuntivite, mas é muito raro, ocorre em cerca de 1-3% das pessoas afetadas e está na lista de sintomas menos frequentes da OMS. A conjuntivite associada ao covid-19 tende a ocorrer nos estágios mais avançados da doença, juntamente com sintomas mais comuns, como tosse contínua e febre".

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