Aos 3 anos, o pequeno Adryan viveu um marco importante em sua vida: ouviu pela primeira vez — algo simples e básico para muitos, mas transformador para ele. E isso só foi possível graças a cirurgia de implante coclear, realizada em São Paulo. O vídeo, onde o menino percebe os primeiros sons ao seu redor, emocionou não só quem estava lá, mas milhares de pessoas nas redes sociais.
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Para a mãe, Regianne Karlla de Brito Soares, 20 anos, cada reação do filho é a realização de um sonho que parecia distante. "Eu fiquei muito feliz, pois não esperava que ele fosse escutar. Os médicos avisaram que as chances de sucesso não seriam 100%, mesmo assim, decidiram tentar. Só caiu a ficha quando o vi fazendo biquinho para chorar, mas ainda não consigo acreditar", afirma.
Vídeo do pequeno emocionado comoveu web
Reprodução/Instagram
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O diagnóstico da surdez
Desde o nascimento, a trajetória de Adryan apresentou desafios. Ainda na maternidade, ele fez dois "testes da orelhinha” (também chamado de teste da triagem auditiva neonatal) para identificar possíveis problemas de audição logo nos primeiros dias de vida. No entanto, ambos apontaram alterações, indicando a necessidade de acompanhamento.
“A fonoaudióloga recomendou um novo exame, mas a dificuldade de deslocamento e o alto custo do transporte impediram que fosse realizado. Quando voltei à Paraíba, minha cidade natal, percebi que ele não reagia aos sons comuns do dia a dia, como portas batendo e vozes. Sabia que algo estava errado”, complementa.
Preocupada, ela procurou um especialista. O exame Bera, realizado para avaliar a resposta do cérebro aos sons, confirmou o diagnóstico: surdez profunda bilateral. A mãe decidiu voltar a São Paulo para dar continuidade ao tratamento no Hospital das Clínicas. Os médicos avaliaram a necessidade do implante coclear (um dispositivo eletrônico colocado no ouvido interno que permite a percepção de sons) e optaram pela cirurgia.
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A cirurgia e a primeira reação aos sons
Entre consultas e exames, a família enfrentou meses de espera até que a cirurgia fosse autorizada. O implante coclear foi realizado em 2 de outubro. Na primeira ativação, Adryan não reagiu de imediato e ficou nervoso com o novo estímulo. No entanto, ao chegar em casa e colocar o dispositivo, demonstrou surpresa e passou a observar o ambiente com atenção.
"A adaptação ao aparelho está sendo tranquila, embora o ímã machuque um pouco a cabeça dele. Por isso, usamos uma espuma para proteger a pele. Cada som que ele escuta, seja uma palavra, um brinquedo ou o canto de um pássaro é comemorado como uma pequena conquista", comemora.
Ainda bebê, com a mãe
Arquivo pessoal
Superando desafios desde o nascimento
A história de Adryan também envolve outras questões médicas. Ao nascer, ele sofreu complicações no parto, com queda dos batimentos cardíacos e uma pequena lesão na cabeça causada pelo fórceps, instrumento usado para auxiliar a saída do bebê. Aos três meses, ele começou a ter crises convulsivas. Durante a busca por respostas, exames como a tomografia identificaram paralisia cerebral. As convulsões passaram a ser tratadas com medicação, e atualmente, embora ainda apresente episódios frequentes de vômitos, os sintomas estão controlados.
Regianne, mãe de primeira viagem, conta que enfrentou todo o processo sozinha em São Paulo, enquanto o pai do menino trabalhava durante o dia. “Foi muito difícil, tinha apenas 17 anos quando engravidei. Cada dificuldade parecia maior por estar longe da família, mas nunca perdi a esperança”, lembra.
A mudança para a capital paulista foi uma decisão motivada pelo desejo de oferecer o melhor tratamento ao filho. Agora, com acompanhamento médico e o apoio contínuo da mãe, Adryan segue explorando o mundo com curiosidade. “Cada som que ele escuta me emociona profundamente. Ver meu filho reagindo ao mundo é um presente que não tem preço”, finaliza.
Adryan
Arquivo pessoal
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