Há poucas semanas, uma tarde de brincadeiras em casa se transformou em momentos de tensão para a família de Antonella, de 1 ano e 7 meses. Enquanto dançava com a mãe — uma brincadeira aparentemente inofensiva —, a pequena começou a chorar de repente. “Quando parei de brincar, ela começou a chorar e achei que queria continuar dançando. Mas percebi que o choro não parava e, ao olhar mais de perto, vi que estava apontando para o bracinho”, relatou Eduarda Lopes Freitas, 27 anos, criadora de conteúdo de Lavras (MG).
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Foi nesse instante que a mãe percebeu: Antonella não mexia o braço. A preocupação tomou conta, mas Eduarda se esforçou para manter a calma. “No começo fiquei desesperada, porém, sabia que não havia quebrado nada, pois não houve queda nem acidente. Tentei acalmá-la enquanto buscava a melhor forma de agir.”
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Arquivo pessoal
Em busca de um diagnóstico
A pequena voltou a brincar, mas sem mexer o braço. “Ela estava calma e com muito sono. Pensei em colocá-la para dormir e, se não melhorasse, iríamos ao hospital. Felizmente, ela adormeceu”, explicou a mãe. Na manhã seguinte, os sintomas persistiram e os pais resolveram levá-la a uma clínica particular.
Após avaliação, o médico diagnosticou a condição como pronação dolorosa, um problema comum em crianças pequenas, que acontece quando há um deslocamento temporário do antebraço. Para corrigir, ele realizou uma manobra de redução do cotovelo — procedimento rápido, que durou cerca de 30 segundos, e devolveu imediatamente a mobilidade. “Ele explicou que isso acontece frequentemente e que movimentos simples podem causar a lesão”, disse a mãe.
Aprendizado e mudanças na rotina
O episódio deixou Eduarda preocupada. “Confesso que senti muita culpa, fiquei pensando se fiz algum movimento brusco ou algo do tipo, mas o médico nos tranquilizou”, conta. Após o atendimento, a família recebeu orientações para evitar novos episódios. As principais foram: não levantar Antonella por um único braço, não puxar com força para caminhar, evitar brincadeiras que a façam pular segurando pelos braços e ajustar a forma de pegá-la ao sair da cadeirinha ou da banheira.
“Mudamos muito nossa rotina e os cuidados com ela para prevenir que isso aconteça novamente. Resolvi compartilhar nas redes sociais para alertar outras mamães que me seguem. Hoje ela está bem, foi só um susto.”
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Entenda a pronação dolorosa e como prevenir a lesão
A pronação dolorosa é um tipo de lesão que ocorre no cotovelo, quando a cabeça do rádio (um dos ossos do antebraço) se desloca de forma traumática. A condição é mais comum em crianças pequenas, pois nessa fase, os ligamentos são mais elásticos e ainda não oferecem a mesma estabilidade que se observa em crianças maiores ou em adultos.
“O episódio costuma acontecer após um puxão súbito pela mão da criança, especialmente quando o cotovelo está esticado e a mão posicionada com a palma voltada para baixo”, explica Mauro César de Morais Filho, presidente da Sociedade de Ortopedia Pediátrica e ortopedista do Hospital Sírio-Libanês (SP).
Segundo o especialista, um dos sinais mais característicos é que a criança mantenha o membro imóvel, além de evitar movimentos e demonstrar desconforto ao tentar mexer o cotovelo. O tratamento é relativamente simples. O ortopedista realiza uma manobra específica que reposiciona a cabeça do rádio. A recuperação costuma ser rápida: a criança retoma o uso normal do braço em poucos minutos.
Geralmente, não há necessidade de imobilização, e quando tratada corretamente, a condição não deixa sequelas. “A principal medida preventiva é evitar puxar a criança de forma brusca pela mão. Isso inclui não levantar a criança apenas por um dos braços ou tentar fazê-la caminhar puxando o braço com força”, finaliza o ortopedista.
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