A entrada na escola é um grande salto em relação à conquista da autonomia. E, mais uma vez, tende a ser mais difícil para os pais do que para as crianças. Quem garante é a educadora Priscila Torres, diretora da Escola Concept (SP). “O segredo para que a adaptação seja bem-sucedida está na confiança da família na escola. Se os pais não acreditarem na instituição, a criança percebe e não quer ficar”, resume. Assim, é preciso visitar o espaço antes de fazer a matrícula e, quando possível, levar o filho junto para ele conhecer o ambiente. “Nesses momentos, mostre a ele as vantagens de estar ali, como o parque e os novos amigos”, completa. A dica de focar sempre nos ganhos que acompanham o início desse ciclo também vai funcionar lá na frente, segundo a educadora, quando ele estiver se preparando para entrar no primeiro ano.
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Foi o que fez a bancária Talita Fernandes, 34, mãe de Pedro, 4, e Guilherme, 6 meses. “Além disso, eu o incluí em todas as etapas, da separação do uniforme ao preparo do lanche. Foi muito tranquilo para nós dois”, relembra. Para ela, o privilégio de ter condições financeiras para oferecer um ensino de qualidade ao menino é uma das razões para encarar tudo com alegria. E tem certeza de que acertou na escolha ao ver como o filho amadureceu depois que começou a ir para a escola, aos 2 anos.
Uma das grandes vantagens da convivência escolar, aliás, está na diversidade, o que se dá principalmente por meio do contato com crianças de várias famílias. “Muitas vezes os pais querem se intrometer demais para garantir que a criança seja tratada da mesma maneira que em casa, quando é necessário que seja uma experiência nova, original, desafiadora”, afirma a psicóloga Vera Iaconelli. Tudo bem chorar, segundo ela. Só não dá para impedir o seu filho de crescer. E quando os pais, a escola e os demais cuidadores trabalham juntos, isso fica mais fácil, claro.
O início da escola também pode causar outra mudança importante na rotina da criança: abalar sua relação com a babá, que costuma ser cercada de afeto. Por isso, quando ela tem de ir embora por alguma razão, como a ida do pequeno para o colégio, a despedida pode ser desafiadora para ele.
Seja qual for o motivo – a saída ou a substituição da babá, é preciso cuidado. “Caso ela seja substituída por outra funcionária, aconselho os pais a pedirem à antiga que explique à nova como as coisas funcionam por ali”, diz a pediatra Loretta Campos, que também é educadora parental. Se a criança chorar por uns dias, basta acolher seus sentimentos com carinho. Mas pode ficar tranquilo, que o seu filho vai passar por essa mudança sem traumas – e ainda aprender que dizer adeus faz parte dos relacionamentos.
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