No começo da vida, a mãe é quem faz a conexão do bebê com o mundo. Tanto que, como explica a neuropediatra Ana Carolina Coan, professora do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o pequeno tende a acreditar que ambos são a mesma pessoa. Em algum momento, entre o sexto e o nono mês, ele começa a entender que são pessoas distintas.
Essa fase pode ser sinônimo de muito choro toda vez que a mãe se afasta, pois, para o pequeno, é como se ela sumisse ao sair de seu campo de visão – e não é à toa que o período recebe o nome de angústia da separação. Mas, apesar do nome, não se assuste. “Nas últimas décadas, cada vez mais estudos sugerem que os bebês entendem mais do que imaginamos. Eles são capazes de sentir, porém, ainda não de decifrar as próprias emoções”, diz. O que vão aprendendo com o apoio dos adultos, à medida que vivenciam novas experiências.
Para ajudar o bebê nesse caso, o pediatra e neonatologista Carlos Eduardo Correa, do Espaço Nascente (SP), sugere duas brincadeiras. A primeira delas é o esconde-esconde, também conhecido por cadê-achou. “Assim, ele vai aprendendo, de maneira lúdica, que o outro, seja o pai ou a mãe, existe mesmo sem que ele possa vê-lo”, explica Correa. Outra dica é jogar bola, uma maneira de mostrar que as coisas vão e vêm, como o dia e a noite, e de que a vida é feita de fases.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Desenvolvimento/noticia/2019/11/angustia-de-separacao-quando-o-bebe-e-mae-aprendem-que-sao-duas-pessoas-distintas.html